quinta-feira, 15 de março de 2012

Religiões versus espiritualidade

Lamento que ao se falar em espiritualidade, logo se pense em pai de santo, macumba e saravá. Estes são ritos espíritas oriundos dos afrodescendentes, alguns, e outros desenvolvidos aqui mesmo no nosso meio e que pouco evoluíram, mas nem por isto deixam de tratar com o mundo espiritual, embora com os espíritos menos evoluídos que por lá habitam.
O espírito não tem raça, cor ou sexo. Ele é apenas mais, ou menos evoluído. Quanto menos evoluído, mais próximo ele se encontra da terra, umbral, onde por falta de discernimento interfere na vida dos encarnados, principalmente com aqueles com quem conviveu e com quem teve desavenças. Quando Jesus expulsava os maus espíritos, era à estes que Ele se referia, afastando-os para longe dos seus desafetos, taxando-os de demônios, ou espíritos do mal, ou da ignorância.
Que naquela época fosse difícil explicar para um povo inculto a questão dos mundos espiritual e material, se entende; mas hoje em dia, com a literatura abundante sobre o tema, ainda haja quem considere toda manifestação espiritual como feitiçaria, demônios ou magia negra, é difícil compreender.
O que é preciso entender, é que o cristianismo não teria vingado como religião, e coesa, se não fosse a intervenção do Imperador Romano Constantino. Os seguidores de Jesus, 300 anos depois do seu desencarne, eram uma amálgama de seitas ou grupos díspares, tendo cada um sua própria interpretação dos evangelhos, sem contar que haviam mais de 80 livros sobre as Boas Novas – Evangelhos em grego -  e duas correntes antagônicas: reencarnacionistas versus os defensores da ressurreição. E não esquecer que esses livros começaram à ser escritos quase 100 anos após o desencarne de Jesus.
Pois bem, não podia se esperar outra atitude do Imperador Romano que não fosse apoiar a tese contra a reencarnação. Esta, não impunha uma religião dirigida por homens  intermediando o contato dos seres humanos com Deus, além da criação de  dogmas e regras mundanas. O Império Romano foi poderoso, independente dos seus deuses, paganismo, pela força e pela armas. O cristianismo de Constantino  abandonou os muitos deuses e partiu para o monoteísmo, selecionando 4 dos 80 Evangelhos e aproveitando as estátuas dos seus templos pagãos para à partir de então nomeá-las com nomes de pessoas “santificadas” de acordo com as regras impostas na ocasião, e que foram se modificando constantemente até os dias de hoje, onde um santo local é importante pois se torna um bom negócio de turismo, independente de seus “milagres”, admitidos no cristianismo e por estes condenados no espiritismo.
Todo conhecimento, gnose, havido até então sobre reencarnação foi extinto para que não houvesse mais nem vestígio, incluso o desaparecimento de bispos participantes do Concílio de Nicéia que advogaram esta realidade já conhecida; e a posterior queima de todo material escrito sobre o assunto.
Este tema só voltou com força no mundo ocidental e com critério, com o trabalho mediúnico desenvolvido por Kardec há 150 anos. Até então queimavam-se vivos ou no mínimo torturavam-se os médiuns que se aventuraram a demonstrar a realidade. Joanna D’Arc. Não admira pois, que com uma catequese de 1.700 anos e extermínio dos não enquadrados, as religiões tenham dificuldade em voltar atrás. Como farão para dizer aos devotos e crentes que a realidade é um pouco diferente ? O que observo no entanto, que à partir do momento que a ciência confirmar a existência do mundo espiritual, a igreja, pelo menos no mundo ocidental, ficará numa saia justa. E este momento iniciou com a física quântica e tem seguimento com a física noética. Já são inúmeros os cientistas e médicos que admitem a reencarnação e o mundo espiritual, mas ainda sofrem as represálias de um sistema adverso e poderoso.
Observo constantemente cristãos de dedo em riste contra a Oligarquia Financeira Internacional, esquecidos que os mesmos também são cristãos e muitos até fundamentalistas, radicais. Será que estes também terão algum dia amor para com o próximo, trabalho desinteressado, sem juros, sem boleto bancário e caixinha de coleta, como só se encontra nas casas espíritas ?
Não custa perder o medo e estudar, conhecer um pouco desta doutrina anterior à vinda do espírito de muita luz que aqui recebeu o nome de Jesus e nos trouxe as Boas Novas, mudando o conceito que se tinha sobre Deus até então, através do judaísmo.
Não custa comparar a pregação espírita com a atuação das 3 principais religiões e ver se também encontra na mesma a intolerância com que se tratam, mesmo professando o mesmo Deus.
E não custa procurar a razão do surgimento dos materialistas. Quem sabe será encontrada no tratamento “cristão” dispensado pelos patrões liberais aos seus empregados no século XVIII e que culminou numa terapia errada no século seguinte, receitada por Marx e que persiste até os dias de hoje, pois perduram até os dias de hoje os mesmos motivos: excesso para poucos e falta total para muitos.
E quando se fala da verdade impressa na Bíblia, sempre é bom perguntar: - De qual delas estamos falando ? Das Bíblias cristãs, católica, protestante ou evangélica, do Alcorão islâmico ou do Torá judaico ? Pois o Deus é o mesmo, inclusive para os espiritualistas. Só lamento por aqueles que desacreditaram e O abandonaram, tornado-se materialistas. Não lhes faltou motivos.
Aquilo que plantastes ontem, colhes hoje. Aquilo que plantares hoje, colherás amanhã. Esta é a Lei. Inexorável.

2 comentários:

Picco disse...

Com todo esse conhecimento seu ainda esqueceu de falar que as histórias na bíblia são originárias dos movimentos celestes e que o deus que todos cultuam nada mais é que o sol, o deus sol da religião egípcia.

Admin disse...

Picco.
Como acredito que Deus, ou Consciência Universal, só há um, teríamos que definir à qual dos sóis estamos nos referindo, pois existe mais de uma galáxia e mais de um sol.
Sem contar, que ainda não sabem quantas outras pode haver.
Sds
Martim