sexta-feira, 22 de julho de 2016

Temer aproveita 'recesso branco' para acelerar nomeações no 2º escalão

Filipe Matoso
(*)

Ordem é garantir apoio dos partidos na volta dos trabalhos do Congresso.
Com aval do PMDB, novo presidente de Furnas deve sair em breve.
Com o objetivo de garantir o apoio dos partidos aliados e a unidade da base no Congresso Nacional, o Palácio do Planalto tem aproveitado o “recesso branco” na Câmara e no Senado para encaminhar as nomeações do chamado “segundo escalão” do governo, do qual fazem parte os cargos de chefia em empresas estatais, departamentos e órgãos vinculados a ministérios.

Segundo relatos de interlocutores da Presidência, nos últimos dias, a ordem interna tem sido “acelerar” as publicações no “Diário Oficial da União”. A intenção é que, com isso, logo que o Legislativo retomar os trabalhos, em agosto, a base aliada já esteja contemplada.

Como uma das formas de conseguir apoio de deputados e senadores em votações no plenário e nas comissões, o governo negocia com os partidos políticos e lideranças de bancadas as indicações para o segundo escalão.
Frequentemente, os responsáveis pela articulação política – Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) – são procurados por parlamentares, que levam a eles os nomes escolhidos pelas bancadas.

Para os próximos dias, por exemplo, dizem assessores do governo, é esperada a nomeação do novo presidente de Furnas. O mais cotado no Planalto é Ricardo Medeiros, atual diretor de Operação e Manutenção da empresa, e que conta com o aval do PMDB.

No caso de Itaipu, o governo diz que a indicação cabe ao DEM e que ainda espera uma definição do partido sobre o nome para comandar a estatal.
Enquanto isso, no Banco do Nordeste, afirmam interlocutores do Planalto, deverá ser confirmada até a semana que vem a permanência do atual presidente, Marcos Holanda, indicado pelo PMDB. Na Eletronorte, relatam assessores, ainda não há definição – a indicação também será do PMDB.
Para chefiar a Eletrobras, o governo já escolheu Wilson Ferreira Jr, que presidiu a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). A nomeação dele, no entanto, ainda depende da assembleia geral de acionistas da empresa, marcada para o dia 22, que elegerá o novo Conselho de Administração da estatal.

Publicações
Nos últimos dias, o governo publicou, no “Diário Oficial”, diversas nomeações no segundo e no terceiro escalões do governo.
Foram confirmados, por exemplo, o novo diretor-geral da Imprensa Nacional, Pedro Ataíde; a nova presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Marcelino; e o novo chefe da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Marcelo José Almeida das Neves.

Articulador político
Um dos responsáveis pela interlocução do governo com o Congresso Nacional e pela articulação política do Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, embarcou nesta quarta-feira (20) para Salvador (BA), onde ficará até o fim da próxima semana com a família.

Segundo auxiliares de Geddel, o ministro deixou as nomeações do segundo e do terceiro escalões “encaminhadas” para que a Casa Civil desse o aval para as publicações.

Conforme relatos, o peemedebista “garantiu a composição política” dessas indicações, após consenso com políticos aliados.

G1 – Brasília

(*)Comentário do blog:  enquanto nossos políticos forem eleitos por um sistema eleitoral que lhes permite representar apenas seus interesses pessoais, não há como melhorar a situação do país.
Votam apenas pensando no seu futuro político e no seu bolso. A grande mentira da nossa democracia é que eles nos representam, nós que os colocamos lá, seus eleitores.
A culpa NÃO é do eleitor e sim do sistema político, pois vote em quem votar, a grande maioria dos eleitos só se preocupa por si.
É mais fácil acertar na loteria do que num político que represente verdadeiramente seus eleitores. Aliás, esse dificilmente se reelege.


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