É uma
ideia central de diversos sistemas filosóficos e religiosos,
segundo a qual uma porção do Ser é capaz de subsistir à morte do corpo. Chamada consciência, espírito ou alma, essa porção
seria capaz de ligar-se sucessivamente a diversos corpos para a consecução de
um fim específico, como o auto-aperfeiçoamento ou a anulação do carma. A
reencarnação pode ser definida como a ação de encarnar-se sucessivas vezes, ou
seja, derivada do conceito aceito por doutrinas religiosas e filosóficas de
que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de
renascimentos. Heródoto menciona esta doutrina como sendo de origem
egípcia, sendo que nessa concepção a reencarnação se dava instantaneamente após
a morte, passando a alma para uma criatura que estava nascendo (que poderia ser
da terra, da água ou do ar), percorrendo todas as criaturas em um ciclo de três
mil anos.
A
reencarnação encontra defesa na filosofia desde Pitágoras.
Atualmente,
este conceito é aceito por filosofias e religiões do mundo todo, em especial na
Ásia. É chamada também de transmigração da alma e metempsicose (esta
última denominação é mais encontrada em filosofias orientais em que admite-se
que alma pode regressar em corpos de animais).
Objeto
de estudo da pseudociência da parapsicologia,
o consenso científico atual não suporta as
alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais.
A
reencarnação é um dos pontos fundamentais de religiões do Egito Antigo, dohinduísmo (já
pregava esse conceito 5 mil anos antes de Cristo), do Budismo ,
dojainismo,
do sikhismo,
do raoísmo, do Culto de Tradição aos Orixás (Òrìsà),
de várias tradições indígenas, do Vodu, da Cabala judaica, do rosacrucianismo,
doespiritismo e suas dissidências, da Teosofia, da Wicca, do Eckankar, da Cientologia,
da filosofia
pitagórica, da filosofia filosofia
socrática-platônica, etc. Existem vertentes místicas do cristianismo como,
por exemplo, o cristianismo esotérico, que também admitem a
reencarnação. É comum a concepção de que o budismo pregue a reencarnação,
no entanto essa noção tem sido contestada por algumas fontes budistas. Para
mais detalhes veja renascimento.
A crença
na reencarnação também é parte da cultura popular ocidental, e sua
representação é frequente no cinema.
A crença
na reencarnação tem suas origens nos primórdios
da humanidade, nas culturas primitivas. De acordo com alguns estudiosos, a
ideia se desenvolveu de duas crenças comuns que afirmam que:
Os seres
humanos têm alma, que pode ser separada de seu corpo, temporariamente no sono,
e permanentemente na morte;
As almas
podem ser transferidas de um organismo para outro.
Segundo Diodoro
Sículo, Pitágoras se lembrava de ter sido Euforbo, filho
de Panto, que foi morto por Menelau na Guerra
de Troia.
Entre as
tentativas de dar uma base "científica" a essa crença, destaca-se o
trabalho do psiquiatra Dr. Ian
Stevenson, da Universidade da Virgínia, Estados
Unidos, que recolheu dados sobre mais de 3000 casos em todo o mundo que
evidenciariam a reencarnação . Os resultados foram bem expressivos.
Segundo
os dados levantados pelo Dr. Stevenson, os relatos de vidas passadas surgem
geralmente aos dois anos de idade, desaparecendo com o desenvolvimento do cérebro.
Uma constante aparece na proximidade familiar, embora haja casos sem nenhum
relacionamento étnico ou cultural. Mortes na infância, de forma violenta,
aparentam ser mais relatadas. A repressão para proteger a criança ou a
ignorância do assunto faz com que sinais que indiquem um caso suspeito
normalmente sejam esquecidos ou escondidos.
Influências
comportamentais como fragmentos de algum idioma, fobias, depressões, talentos
precoces (como em crianças prodígio), etc, podem surgir, porém a associação
peremptória desses fenômenos com encarnações passadas continua a carecer de
fundamentação científica consistente.
Dentre
os trabalhos desenvolvidos por Dr. Stevenson sobre a reencarnação, destaca-se
as obras Vinte Casos Sugestivos
de Reencarnação e "Reencarnação e Biologia: Uma Contribuição à
Etiologia das Marcas de Nascença e Defeitos de Nascença".
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