Filipe
Coutinho
(*)
O
delator Benedito de Oliveira Neto, o Bené, acusa o governador de Minas, Fernando Pimentel, de fazer um
acordo com a Confederação
Nacional da Indústria, a CNI, para ganhar R$ 1 milhão em caixa
dois na campanha de 2014.
Preso
pela Operação Acrônimo, Bené admitiu à PF que operava para Pimentel,
arrecadando propina para a campanha vitoriosa de 2014. Segundo o delator, o presidente
da CNI, Robson Andrade, usou um contrato para desviar dinheiro do Sistema S e
abastecer a campanha de Pimentel, que era ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio. Trata-se do evento bianual Olimpíada do Conhecimento, a
maior competição de educação profissional das Américas. A última edição foi em
2014 em Belo Horizonte e, na delação, o delator chama o evento de
"olimpíadas da matemática".
ÉPOCA teve acesso aos
depoimentos de Bené prestados à Polícia Federal em sua delação e já revelou que
o delator disse que o Palácio do Planalto foi usado para
arrecadar dinheiro de campanha. O delator cita nominalmente o
presidente da CNI, Robson
Andrade. “Em agosto de 2014, FERNANDO PIMENTEL comunicou ao
colaborador que havia se reunido com ROBSON ANDRADE, presidente da Confederação
Nacional da Indústria – CNI, e que havia acertado uma contribuição de tal
entidade sindical no valor de 1 (um) milhão de reais para a campanha eleitoral
de 2014 de FERNANDO PIMENTEL para o governo de Minas Gerais”.
Anexo da delação premiada de Bené acusa a CNI (Foto: Reprodução)
Segundo
Bené, a solução encontrada foi usar o evento para pagar as despesas. “O
colaborador deveria solicitar a algumas empresas com débitos por serviços
prestados na campanha eleitoral de 2014 de FERNANDO PIMENTEL para o governo de
Minas Gerais que emitissem notas fiscais em nome da empresa SAMBA PRODUÇÕES. A
empresa SAMBA PRODUÇÕES estava executando serviços relacionados à olimpíada da
Matemática em Belo Horizonte com recursos do SESI/SENAI”.
Em
nota, o advogado de Fernando Pimentel, Eugênio Pacelli, critica a delação de
Bené. “Tudo indica que delações como essas constituem o cardápio principal
servido nas prisões nacionais. Criminosos de carreira vêm sendo beneficiados
com leves prisões domiciliares e perdas irrelevantes de seu patrimônio
constituído em ações delituosas. Por isso, nessas delações ‘Mega-Sena’ fala-se
pelos cotovelos, que nem tornozeleiras ostentarão”, afirmou.
A
CNI disse que não comentaria por desconhecer os termos da delação.
ROBSON
ANDRADE substituiu Armando Monteiro:
(*)Comentário do blog: tenho reiterado aqui no blog, a associação
espúria entre governos e corporações patronais. Essas corporações,
patronais e também as laborais, criadas por Getúlio Vargas, tem que acabar.
Pela retomada do desenvolvimento, travado por essas corruptas corporações,
temos que extingui-las e substituir por novos conceitos:
.(MBF).
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