Martim
Berto Fuchs
O
empresário brasileiro convive com 4 realidades:
1.A
primeira, mais antiga, que vem desde 1930, foi a implantação do capitalismo de
estado no Brasil. Não creio que cabe discutir hoje os motivos de Getúlio Vargas
para optar pelas empresas estatais. O que cabe e devemos discutir, e muito, é a
conveniência de permanecer com elas; pelo menos abandonando o modelo de gestão até hoje usado.
O
capitalismo de estado na forma que foi e é praticado, abrigado sob
o manto do nacionalismo, se permitiu esconder da sociedade o fato de que as
empresas estatais nunca foram públicas, e sim privativas dos políticos e de
seus funcionários estáveis e muito bem pagos, e que sempre serviram para
empregar pessoas, muitas, independente de ter trabalho, o que por si se
configura como corrupção.
2.
A segunda, foi a transformação gradativa das empresas familiares em sociedade
por ações. A passagem das empresas familiares para S.A. foi um acontecimento
natural, necessário, que bem conduzido, trouxe resultados positivos para todos.
Essas
empresas, não só aquelas que permaneceram na planície, longe dos salões e
trabalhando incansavelmente pelo próprio progresso, como aquelas que se
aproximaram da Corte e passaram à conviver com suas regalias, todas, hoje,
estão novamente à beira da histeria. Novamente porque não é a primeira vez, me
referindo àquelas que conseguiram superar crises anteriores, bem assim como as
que nascem após cada crise e sucumbem com a próxima, sempre desempregando
milhões de trabalhadores.
3.
A terceira, foi a completa degradação do Estado nas mãos dos socialistas e suas
teorias econômicas, que além de defenderem sistemas que não deram certo em país
nenhum do planeta, ainda se permitiram assaltar os cofres públicos para manter
um sistema político calcado em partidos, mantenedores de classes, de feudos, de
antigas ideologias, de dogmas e de partidos religião. Tudo com um só objetivo:
a “felicidade” que o deus dinheiro trás para seus possuidores, e a certeza que
o partido com mais dinheiro em bancos suíços e paraísos fiscais, tem mais poder
de “persuasão”.
4.
E a quarta realidade, foi a transformação das bolsas de valores em cassinos,
arrastando as empresas para fora do seu habitat natural, que era ter seu valor
calculado pelas suas raízes físicas, contábeis, e realizar seus lucros com a
venda dos seus produtos, sejam agrícolas, industriais ou de serviços.
Não
sei à partir de quando começou a acontecer essa mutação, mas sei que um dos
defensores dessa anomalia foi o dr. Milton Friedman e sua defesa do capitalismo
especulativo, lá pelos idos da década de 80 do século passado, que não por
acaso foi taxado de neocapitalismo.
O
Brasil hoje está atolado em grave crise econômica e de identificação. E quem
deveria estar cuidando desses aspectos, mudando o rumo desse caminho sem volta,
deveria ser a classe política, que está aí nos “representando” e sendo paga
para trabalhar, cuidando que isso não aconteça.
Deveria,
mas a única preocupação dos mesmos até ontem era se reeleger, e hoje, é escapar
da cadeia, o que lhes toma todo tempo.
Como ficamos então
?
Quem
vai tomar alguma providência ? As FFAA novamente ? Parece que não. Mas, digamos
que seja esta opção que vingue.
Na
última vez, 1964, elas assumiram as rédeas do país com uma inflação prevista de
84% para o ano, caçaram os que hoje estão no poder, os tiraram de circulação, e
implantaram sua filosofia de trabalho e modelo econômico.
Modelo
que privilegiou empréstimos à vontade para empresas privadas nacionais, abertura
para empresas estrangeiras em condições favorecidas, e dando como garantia o
slogan “plante que o Brasil garante”;
não esquecendo de um importante detalhe: criação de empresas estatais em
profusão, também com recursos externos abundantes e até ali baratos.
Mas
como a filosofia para as entranhas do Estado
permaneceu a mesma, o resumo da ópera foi o seguinte: entregaram discretamente
o poder em 1985, com uma inflação de 200% a.a., e uma classe empresarial
apavorada e endividada, grande parte já falida.
Cinquenta
anos depois e trinta desde que as FFAA se retiraram para a caserna, estamos
novamente às voltas com as trapalhadas dos socialistas, e com os mesmos
problemas do início de 1964 e do início de 1986: inflação, falta de governo,
dívida, paralisia, recessão, medo, e por aí vai.
Chamar
novamente as FFAA para resolver a balbúrdia ? Salvo por à correr novamente os socialistas,
novos sócios do Tesouro Nacional, qual a proposta para resolver o impasse político/econômico,
mescla de socialismo/capitalismo de estado e implantar uma visão não mais
calcada em conceitos ultrapassados e nocivos ? Existe tal projeto ? Não existe !!!
Resolver
pelo lado político, como já frisei, é bem provável que pouco reste para salvar,
pois até que esse pessoal consiga se livrar da cadeia, se é que vai conseguir,
a maioria das empresas nacionais, dependentes de juros impagáveis, altos
impostos e mercado em baixa, já estará à nocaute. As que sobreviverem levarão
muitos anos tentando se restabelecer, enquanto engordam as caixas fortes dos bancos
e as contas correntes dos rentistas. E, quando conseguirem respirar aliviadas, os
próximos governantes as põe novamente à beira do precipício. Sempre foi assim.
1964, 1976, 1982, 1992, 2015. Isso apenas no período que eu acompanho.
Greve geral dos
empresários
Resta
uma solução, nunca tentada. Greve geral dos empresários. Mas não uma greve com
data marcada para terminar.
Todos
políticos que nos operam de Brasília, tem residência na cidade de origem. Pois
bem, através da Associação Comercial e Industrial da sua cidade, seriam não
mais de 500 cidades, intimem esses pseudos
representantes à comparecer na ACI, com
data e hora marcada, e lhes entreguem um ultimato:
Tem um
mês para resolver a merdança que vocês aprontaram, ou paramos o país, numa boa.
1.
Exigimos que desta vez sejam
atacadas as causas e não apenas maquiados os efeitos, como vocês sempre fazem.
2.
Não joguem a culpa, como vocês sempre fazem, nos emprestadores de dinheiro. A
culpa é de vocês. Se não tem compostura nem competência para lidar com grandes
quantias, caiam fora.
3.
O dinheiro que vocês nos extorquem via
impostos, multas, e artifícios mil, terá que ser respeitado e bem empregado.
Não é para alimentar suas costumeiras sinecuras, e quando termina, vir
extorquir mais. Chega !!!
4.
Ou vocês resolvem isto já, prá ontem, ou
aqui ninguém mais trabalha. Desnecessário dizer que com a empresa de cada um de
nós parada, não haverá mais dinheiro para vocês gastarem. Vai secar a fonte,
como já secou para nós. Portanto, ao trabalho. Mexam-se !!!
As
FFAA não precisam intervir, apenas garantir o movimento de paralisação. E isto
elas farão.
Agora é decidir
Interromper
de uma vez por todas esse ciclo que à cada vez leva milhares de empresas à
falência e desemprega milhões de pessoas na iniciativa privada, ou, deixar como
sempre esteve e aqueles que tiverem forças para recomeçar, ficam a espera da
próxima crise, que virá, pois é o resultado de um Estado historicamente
inchado, ingovernável, explorador e arbitrário, e que quando cai nas mãos de administradores
que além de primar pela incompetência,
são defensores de ideologias calcadas em dogmas (socialismo) e não em realidade,
mostra sua fragilidade, desmoronando.
Novo Contrato
Social
Em
poucos anos o Brasil pode estar entre as 4 primeiras economias do mundo. Menos
tempo do que os atuais economistas estão, com suas bolas de cristal, prevendo
para apenas recuperar o estrago
causado pelas arcaicas e inviáveis teorias econômicas aplicadas pelos atuais
governantes, e alegremente apoiadas pelos seus associados na pilhagem e má
condução dos recursos público, que à isto se prestam, no balcão de negócios do Congresso
Nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário