Carlos Henrique Abrão
As transformações no Brasil atual
são urgentes e emergentes. Não é mais possível tolerarmos a classe política e
os malfeitos praticados. E tudo tem origem na imunidade, fruto da impunidade e
do foro privilegiado.
Soubessem os políticos que os
processos tramitariam rápida e eficazmente no STF jamais dilapidariam o
patrimônio público ou desviariam dinheiro dos serviços,colocando a população e
a própria sociedade civil em permanente estado de alerta. O que disseram as
ruas nas movimentações do último dia 13, há uma completa fadiga de material e a
grande maioria dos políticos está sendo hostilizada,e tratada como merece, após
as eleições saem da representatividade e se mandam com único objetivo de ganhar
o máximo e trabalhar o mínimo.
Sem grandes alterações não há
solução, a situação do impedimento é uma alternativa que não pode ser chamada
de panacéia, e o supremo avacalhamento consistira em se nomear o ex presidente
para algum ministério,tentando deslocar para o STF a competência para apuração
de qualquer esfera de responsabilidade. O Brasil parou, sim parou dia 13, mas
em todos os sentidos, na saúde, no transito, e fundamentalmente na economia.
Precisamos dar um basta e acabar com
o conceito de político profissional, que fica 30 e 40 anos com seus currais e
votos de cabresto atrás de eleitores por qualquer doação ou benefício. A
conscientização do voto não pode ser obrigatório, e além do impedimento devemos
acabar com a necessidade do candidato ter partido. Basta que faça uma prova e
passe pelo controle da corte eleitoral. No mais, não pode a sociedade
suportar o momento atual,e a roubalheira generalizada de quase todos os
partidos.
Não há crise judicial e jamais
existiu. O que existe é uma disfunão entre executivo e legislativo que a
justiça tenta sanar e resolver. Muito menos como afirmam uma criminalização da
política. Foram os nobres políticos que partiram para a dilapidação do
patrimônio e o achaque de milhões de dólares em contratos e obras superfaturados.
A população exige uma mudança da
federação, a redução de cargos comissionados, diminuição de prefeituras e fusão
entre estados, além, é evidente, o desapego dos candidatos dos partidos
políticos. Sem exceção todos estão contaminados pelo vício que ronda da
corrupção e do dinheiro fácil a fim de que possam permanecer no poder e
espoliar a população, com uma cega tributação e nanica prestação de serviços.
As lições das ruas são tantas e
ainda inconclusivas para o governo, lideranças, e oposição, mas de uma coisa
estejamos absolutamente certos a reação será desproporcional se tentarem
obstaculizar a justiça e criarem figuras surrealistas para fugirem da prisão ,o
tempo já se foi, e a sociedade civil está mobilizada, qualquer passo em falso
será o estopim de graves e incalculáveis consequencias.
Nossa política está falida e os
representantes do povo somente representam seus próprios bolsos,enquanto não
tivermos uma classe política decente, honesta e moralizada, com ética e
objetivo comum, o Brasil corre o sério problema de ficar isolado no continente.
Carlos Henrique Abrão
Doutor em Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São
Paulo.
Comentário do blog:
os grifos são meus.(MBF).
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