sexta-feira, 4 de março de 2016

Mussolini, Getúlio e Lula

Martim Berto Fuchs

Mussolini
1. Assumiu o poder na Itália em 1922. Desde o início tornou-se ditador, declarado.
2. Principal fundador do fascismo, que incluía elementos de nacionalismo, corporativismo, sindicalismo nacional e anti-comunismo. Transformou os sindicatos socialistas em sindicatos pelegos, que obedeciam ao Estado e combatiam o comunismo.
3. Interferiu nos setores produtivos, ajudando-os financeiramente e buscando sua colaboração, ao mesmo tempo que os colocou sob controle do Estado. Economia mista.
4. Culto à personalidade, figura central da nação. Devoção a um líder forte. 
5. Fez acordos com os líderes mafiosos do sul da Itália, o que trouxe a paz entre o regime fascista e a máfia siciliana, mas abriu as portas à corrupção.
6. Apelou para a propaganda por parte dos meios de comunicação para dar uma idéia de modernidade e progresso.
7. Os comunistas sempre colocaram o fascismo como sendo de direita, pois os combatia abertamente.
8. Os liberais o consideravam socialista.
9. Governou de 1922 à 1943 e depois, apoiado pelos alemães, apenas em parte da Itália, de 1943 até 1945.
10. Morreu assassinado pelos comunistas, seus inimigos declarados, e pendurado pelos pés em praça pública.

Getúlio Vargas
1. Assumiu o poder no Brasil em 1930. Desde o início tornou-se ditador,  não oficialmente declarado.
2. Principal fundador do trabalhismo, que incluía elementos de nacionalismo, corporativismo, sindicalismo nacional e anti-comunismo. Criou sindicatos pelegos, que obedeciam ao Estado e combatiam o comunismo.
3. Não interferiu nos setores produtivos, mas criou o capitalismo de estado como propulsor do desenvolvimento. Economia mista.
4. Culto à personalidade, figura central da nação. Devoção a um líder forte. 
5. Fez acordos com os líderes oligarcas, o que trouxe a paz entre o regime trabalhista e a oligarquia que havia proclamado a “república”, mas abriu as portas à corrupção.
6. Apelou para a propaganda por parte dos meios de comunicação para dar uma idéia de modernidade e progresso.
7. Os comunistas sempre colocaram o trabalhismo como sendo de direita, pois os combatia abertamente.
8. Os liberais o consideravam socialista, estatizante.
9. Governou de 1930 à 1945 como ditador e depois, de 1950 até 1954, eleito pelo sistema político criado pelas elites da qual fazia parte.
10. Suicidou-se em 1954. Enquanto ditador, calou a oposição à força. Quando eleito, não pode fazê-lo. Não agüentou as críticas inerentes à um regime “democrático”.

Luiz Inácio Lula da Silva
1. Assumiu o poder no Brasil em 2003. Desde o início desenvolve projeto próprio de poder.
2. Principal fundador do petismo, ou, lulo-petismo, que inclui elementos de nacionalismo, corporativismo e sindicalismo nacional. Se apóia em sindicatos pelegos que obedecem ao Estado e tem apoio dos comunistas.
3. Não interferiu nos setores produtivos; aliou-se e patrocinou com verbas públicas o desenvolvimento das empresas privadas dos grandes financiadores de campanha; ampliou o capitalismo de estado como propulsor do desenvolvimento e emprego para os apaniguados; por intermédio dos seus sindicalistas colocados em postos chaves das empresas estatais, fundos de pensão, bancos oficiais, e com as empresas privadas beneficiadas, passou a desviar recursos em prol do projeto de poder. Economia mista. Mista de recursos públicos com desvios privados.
4. Culto à personalidade, figura central da nação. Devoção a um líder forte. 
5. Fez acordos com os líderes oligarcas, o que gerou conluio entre o regime lulo-petista bolivariano e a oligarquia presente desde a proclamação da “república”, e manteve aberta as portas da corrupção.
6. Apelou para a propaganda por parte dos meios de comunicação para dar uma idéia de modernidade e progresso.
7. Os “modernos” comunistas não se importam de conviver neste ambiente ambivalente. Estão todos bem colocados na estrutura do Estado, junto com oligarcas, com a “nobreza” do funcionalismo público, com “liberais” e “capitalistas”, todos associados ao erário público.
8. Os liberais autônomos, aqueles que não participam da orgia com os bens públicos, o consideram como bolivariano, estatizante e “desviante”; isto nos epítetos mais singelos.
9. Governou como presidente eleito de 2003 à 2009; depois, de 2010 até o presente momento, através da sua dublê, gerente ou “poste”.
10. O sindicalismo pelego montou uma estrutura de poder muito forte:
- Fazendo uso das prerrogativas concedidas pelo sistema político vigente desde a proclamação da res particular, 1889, onde os candidatos são selecionados pelos critérios de popularidade e subserviência e impostos pelos donos dos partidos ao eleitor ignorante;
- onde o sistema de indicações políticas para os principais cargos da república nos três podres poderes, res publica cada vez menos pública, pois não passa de um vasto mundo privado que o dinheiro público sustenta;
- e onde as FFAA são moral e materialmente sucateadas para que não mais se insurjam contra os abusos da classe política.

Neste ambiente surrealista, Luiz Inácio Lula da Silva e seus sindicalistas pelegos, ocuparam todos cargos de mando, sem contar os enxertos que fizeram na estrutura, o que lhes permitiu alcançar seus objetivos de poder absoluto dentro das regras da nossa pseudo democracia.

Não vai ser fácil o Brasil se ver livre dessa quadrilha. Com o dinheiro público compraram consciências, corromperam espíritos fracos e indecisos, e seus áulicos no legislativo fazem leis por encomenda e no judiciário as interpretam de acordo com seus interesses.

Qual será seu fim ? Assassinado como Mussolini ? Suicídio com arma de fogo como Getúlio ? Ou suicídio com veneno líquido da marca “51”? Em qualquer dos casos, desta vez não teremos a assombração de uma nova carta testamento.
Enquanto isso, deveríamos estar debatendo um novo Contrato Social, um novo futuro, mas, deitado eternamente em berço esplêndido ... quem se importa ?




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