segunda-feira, 30 de maio de 2016

As estatais são mantidas pelos políticos para dar suporte aos partidos

Martim Berto Fuchs

Petrobras, a mais forte delas, tem sofrido um assalto constante por parte dos partidos políticos. Não começou com a quadrilha do PT, cujo capo, Lula, em seu primeiro mandato, depois de José Eduardo Dutra, encarregou José Sergio Gabrielli de Azevedo de dirigir a “Financeira Particular dos Partidos”. Gabrielli também foi o dirigente que mais tempo durou no cargo. Não por acaso, foi sob seu reinado que aconteceu o maior rombo nas contas da “Financeira”. Também como seu chefe Lula, não sabia de nada. Aliás, uma constante em toda diretoria da mesma:

Conselho Fiscal, Conselho de Administração, Secretaria-Geral da Petrobras, Ouvidoria Geral, Auditoria Interna, Presidência – Diretorias, Gabinete da Presidência, Estratégia e Organização, Comunicação e Marcas,
Jurídico, Inteligência e Segurança Corporativa

E ... ninguém sabe de nada. Patético.

Sugadas sem dó nem piedade por todos partidos políticos, as empresas dois em um, um trabalha e dois olham, também conhecidas por estatais, de solução foram transformadas em problema.

Iniciadas na era Vargas para finalmente desenvolver o país, país que na mão dos liberais (1889-1930) caminhava rumo ao futuro à passos de tartaruga, foram se multiplicando, e mais rapidamente sob Geisel.

Shigeaki Ueki, Ministro das Minas e Energia no governo Geisel, passou a presidente da estatal no governo Figueiredo (também indicado por Geisel). Ao todo, foram 10 anos em torno da mesma, até que foi cuidar dos seus próprios poços de petróleo nos EUA.

Joel Mendes Rennó, outro que presidiu a “Financeira”, indicado que foi por Itamar Franco e mantido por FHC, notabilizou-se não por sua gestão, mas sim por processar Paulo Francis que acusava os diretores da Petrobras de manterem contas particulares na Suíça no valor de US$ 50 milhões.

A petroleira deve R$ 500 bilhões, não sabe como pagar, e está sujeita à ser processada nos EUA à pagar mais um tanto, pelos prejuízos causados aos investidores americanos. Quem terá que arcar com esse descalabro todo ? Já adivinhou ? Claro, nós, povão, otários sempre à disposição.

Isto que por enquanto falamos apenas da Petrobras, pois nas outras empresas dois em um, as investigações estão no início. O rombo causado pelo nosso sistema político, que permitiu a entrega da “administração” das mesmas aos partidos, se faz sentir em todas elas.

Os defensores das empresas dois em um apontam uma série de vantagens para o país em mantê-las, mas ignoram deliberadamente os prejuízos das mesmas, sempre cobertos através de impostos extorquidos da sociedade. Deixadas à sua própria sorte, estariam TODAS fechadas, ou, vendidas para investidores estrangeiros, ou, simplesmente repassadas para os amigos do Rei/Presidente de plantão.

Assim como aconteceu na CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, que ao ser repassada das mãos dos donos dos partidos políticos que a manipulavam, para particulares, bancos e fundos de pensão das próprias estatais, teve o número de pessoas na folha de pagamento diminuído de 21.000 para 8.500, e passando de prejuízos anuais da ordem de R$ 500 milhões, que todos nós cobríamos, para lucro em torno de R$ bilhão, onde o governo recebe 250 em vez de desembolsar 500.

Mas, assim como dos governos militares a esquerda orquestrada, de tanto gritar deixou registrado na mente das pessoas apenas os maus tratos aos “presos políticos” (ou seriam terroristas e ladrões de bancos ?), também no que se refere às empresas dois em um, incutiram, isto desde sua criação, que capitalismo de estado é indispensável para o desenvolvimento do país. E, se as estatais vão à falência, a culpa sempre é dos outros, preferencialmente dos americanos.

Interessantemente, poucos se detém na realidade que o principal culpado é o sistema político que permitiu a entrega de TODAS estatais nas mãos dos partidos. Qualquer provocação para o debate deste fato, é violentamente repudiado pelos partidos de esquerda, que não por acaso tem nas mesmas o emprego sem trabalho para todos seus filiados e apoiadores.

Somam-se a esses mamadores da esquerda, os nacionalistas ortodoxos, que confundem a defesa dos interesses da pátria, inestimáveis, com a manutenção desses feudos políticos. Por que insistem nisso e recusam as estatísticas ?
Registre-se à bem da verdade, que os donos dos partidos ditos liberais, ao mesmo tempo que bradam pelo Estado mínimo, penduram sempre que possível, descaradamente, sua grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes e amigo(a)s) nas folhas de pagamento das mesmas.

Em Capitalismo Social defendo a obrigatoriedade para que todas empresas sediadas no Brasil estejam sujeitas as mesmas regras, o que inclui empresas estrangeiras e estatais. 

Este é o novo paradigma para desenvolvimento sustentado, aí incluído o FIPS, que não igualará todos na pobreza (comunismo/socialismo/bolivarianismo, realidade comprovada) nem todos na classe média (utopia do bem-estar-social que também não se realizou), mas diminuirá a fenomenal distância entre ricos e pobres, que vem crescendo ano a ano, e agregará à uma vida digna, milhões de pessoas que também se tornarão consumidores, aumentando o círculo produção/consumo.

Não há mais como manter partidos políticos com seus programas partidários comprados em livrarias e supermercados e seguindo orientação de hábeis marketeiros, enquanto seus donos assaltam impunemente os cofres do Tesouro Nacional.

Da imoralidade do empreguismo, passa-se ao assalto puro e simples, no conluio criminoso entre os três podres poderes, tudo orquestrado pelos donos dos partidos e seus asseclas, os eleitos e os financiadores dessa farsa de eleição.


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