por Martim Berto Fuchs
O mais correto sistema democrático seria a democracia direta, participativa, sem representantes. Mas, no mundo de hoje, seria quase impossível um sistema baseado em consultas populares em praça pública. Logo, precisamos de representantes, pois nossos afazeres nesse mundo conturbado e disputado, não nos permitem interessar-se continuamente pelos assuntos que dizem respeito a todos, ou, às obrigações do Estado.
O mais correto sistema democrático seria a democracia direta, participativa, sem representantes. Mas, no mundo de hoje, seria quase impossível um sistema baseado em consultas populares em praça pública. Logo, precisamos de representantes, pois nossos afazeres nesse mundo conturbado e disputado, não nos permitem interessar-se continuamente pelos assuntos que dizem respeito a todos, ou, às obrigações do Estado.
Tendo aceito a criação do
Estado por questões de ordem e segurança, entre outros motivos, cabe-nos agora
selecionar de entre nós, pessoas que representem a vontade da maioria - sem
excluir das decisões as minorias, fáceis de consultar através dos
representantes, como também podem se fazer representar - para tomar conta e
administrá-lo de acordo com as Leis que nós queremos sejam elaboradas.
Na Grécia antiga, na cidade de
Atenas, nasceu a democracia participativa, onde as decisões eram tomadas em praça
pública. Lamentavelmente naquela época, como também depois, as guerras de
conquista faziam parte do dia à dia e os invasores obviamente não aceitaram
debater administração com os vencidos e essa experiência se perdeu.
O predomínio dos mais fortes
se estendeu das mais variadas maneiras, de +/- 2.500 a.C. até meados do século
XVIII, quando então oficializaram uma nova modalidade de subjugação, agora através
de partidos políticos. Com sua imposição tornou-se fácil dominar grandes
parcelas da população, pois primeiro enquadravam-se os cidadãos nos mesmo, sob
ideologismos dos mais variados e depois, através dos seus donos - inescrupulosos e ricos ou a caminho de ser - dominava-se
todos com relativa facilidade.
Essa modalidade permanece em
uso no Brasil e no mundo dito democrático. Até nos países de regime autoritário
se utilizam desse expediente para mais facilmente iludir e subjugar, pois mesmo
tendo partido único e candidato único, esmeram-se em exaltar a forma “democrática”
de escolha.
Democracia não partidária é o processo
proposto em Capitalismo Social para a escolha dos representantes da sociedade,
representantes esses que então movimentarão as engrenagens do Estado, fazendo
com que o mesmo funcione em função da sociedade e não mais como um fim em si
mesmo, onde a sociedade serve apenas para sua manutenção e pior, servindo e
mantendo quem lhe oprime e extorque.
No processo proposto, mediante
regras simples mas pré-determinadas, elaboradas mediante discussão pública,
caberá à Justiça Eleitoral de cada município a seleção de candidatos à
candidato mediante Prova de Qualificação, sem exigência de diplomas ou
conclusões de cursos, apenas de currículo e saber, que se comprovará mediante a
Prova de Qualificação.
Todos que quiserem ser
candidatos à cargos eletivos - para então, representando segmentos de uma
sociedade organizada, participar das decisões administrativas do Estado -, uma
vez aprovados nessa Prova de Qualificação, poderão se inscrever na própria Justiça
Eleitoral como tal.
Esta seleção natural de
candidatos, sem imposição dos já então extintos partidos, será complementada
com outra medida democrática, qual seja, financiamento público das campanhas.
TODOS candidatos terão as mesmas chances, eliminando-se com esse procedimento o
peso hoje decisivo do fator econômico nas eleições.
Há um terceiro ponto
importante, mas que não podendo ser determinado por Leis, terá que ser apenas
alertado.
Já houve, teoricamente, a
separação entre Estado e religião. Não obstante, no caso brasileiro, a religião
ainda tem peso considerável entre os eleitores.
Refiro-me exclusivamente à que
não mais se omita da sociedade, a questão hoje comprovada da reencarnação.
Excluída quando da fundação da
Igreja Universal (Katólica em grego) Apostólica (em homenagem aos apóstolos)
Romana (pois oficializada pelo Imperador Romano), somente à partir de 1856 com
o professor Denizard Rivail (Allan Kardec), o mundo
espiritual fez conexão com o mundo material e passou a ditar a relação
existente.
“O que plantaste ontem,
colherá hoje, o que plantar hoje, colherá amanhã”. Desta lei nem os materialistas escapam,
creiam ou não, pois independe.
Enquanto os filósofos e os
cientistas da física quântica e agora também da física noética se debruçam em
seus estudos para provar ou não a existência de Deus, da nossa parte, enquanto
esperamos pelos seus resultados que já tardam 2.500 anos pelo menos, podemos
nesse ínterim ir conhecendo o que já se sabe sobre o mundo espiritual e da
continuação da vida após a morte. Pelas informações psicografadas, já sabemos
que não há cemitérios lá em cima, só aqui em baixo, pois lá é um mundo
essencialmente de espíritos, mas vivos.
Uma sociedade conscientizada
desse fato - mesmo que alguns ou muitos ainda não creiam em Deus -, deve pelo
menos procurar conhecer o que já se sabe sobre o mundo espiritual, do qual
TODOS desencarnados fazem parte, vivos, e não mortos à espera de julgamento sem
data marcada.
Democracia não partidária, sem
distinção de classes mas considerando
necessário o conhecimento sobre as matérias que vai legislar e administrar; sem
interferência do capital aliciador de consciências e sem interferência das
religiões, dogmáticas, é um novo paradigma, assunto para um novo contrato
social, à ser debatido entre os membros da sociedade, para a formação de um
Estado voltado desta vez para o bem comum.
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