segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Democracia não partidária como base de sistema de governo



por Martim Berto Fuchs

O mais correto sistema democrático seria a democracia direta, participativa, sem representantes. Mas, no mundo de hoje, seria quase impossível um sistema baseado em consultas populares em praça pública. Logo, precisamos de representantes, pois nossos afazeres nesse mundo conturbado e disputado, não nos permitem interessar-se continuamente pelos assuntos que dizem respeito a todos, ou, às obrigações do Estado.

Tendo aceito a criação do Estado por questões de ordem e segurança, entre outros motivos, cabe-nos agora selecionar de entre nós, pessoas que representem a vontade da maioria - sem excluir das decisões as minorias, fáceis de consultar através dos representantes, como também podem se fazer representar - para tomar conta e administrá-lo de acordo com as Leis que nós queremos sejam elaboradas.

Na Grécia antiga, na cidade de Atenas, nasceu a democracia participativa, onde as decisões eram tomadas em praça pública. Lamentavelmente naquela época, como também depois, as guerras de conquista faziam parte do dia à dia e os invasores obviamente não aceitaram debater administração com os vencidos e essa experiência se perdeu.

O predomínio dos mais fortes se estendeu das mais variadas maneiras, de +/- 2.500 a.C. até meados do século XVIII, quando então oficializaram uma nova modalidade de subjugação, agora através de partidos políticos. Com sua imposição tornou-se fácil dominar grandes parcelas da população, pois primeiro enquadravam-se os cidadãos nos mesmo, sob ideologismos dos mais variados e depois, através dos seus donos -  inescrupulosos e ricos ou a caminho de ser - dominava-se todos com relativa facilidade.
Essa modalidade permanece em uso no Brasil e no mundo dito democrático. Até nos países de regime autoritário se utilizam desse expediente para mais facilmente iludir e subjugar, pois mesmo tendo partido único e candidato único, esmeram-se em exaltar a forma “democrática” de escolha.

Democracia não partidária é o processo proposto em Capitalismo Social para a escolha dos representantes da sociedade, representantes esses que então movimentarão as engrenagens do Estado, fazendo com que o mesmo funcione em função da sociedade e não mais como um fim em si mesmo, onde a sociedade serve apenas para sua manutenção e pior, servindo e mantendo quem lhe oprime e extorque.

No processo proposto, mediante regras simples mas pré-determinadas, elaboradas mediante discussão pública, caberá à Justiça Eleitoral de cada município a seleção de candidatos à candidato mediante Prova de Qualificação, sem exigência de diplomas ou conclusões de cursos, apenas de currículo e saber, que se comprovará mediante a Prova de Qualificação.

Todos que quiserem ser candidatos à cargos eletivos - para então, representando segmentos de uma sociedade organizada, participar das decisões administrativas do Estado -, uma vez aprovados nessa Prova de Qualificação, poderão se inscrever na própria Justiça Eleitoral como tal.

Esta seleção natural de candidatos, sem imposição dos já então extintos partidos, será complementada com outra medida democrática, qual seja, financiamento público das campanhas. TODOS candidatos terão as mesmas chances, eliminando-se com esse procedimento o peso hoje decisivo do fator econômico nas eleições.

Há um terceiro ponto importante, mas que não podendo ser determinado por Leis, terá que ser apenas alertado.
Já houve, teoricamente, a separação entre Estado e religião. Não obstante, no caso brasileiro, a religião ainda tem peso considerável entre os eleitores.
Refiro-me exclusivamente à que não mais se omita da sociedade, a questão hoje comprovada da reencarnação.
Excluída quando da fundação da Igreja Universal (Katólica em grego) Apostólica (em homenagem aos apóstolos) Romana (pois oficializada pelo Imperador Romano), somente à partir de 1856 com o professor Denizard Rivail (Allan Kardec), o mundo espiritual fez conexão com o mundo material e passou a ditar a relação existente.

“O que plantaste ontem, colherá hoje, o que plantar hoje, colherá amanhã”.  Desta lei nem os materialistas escapam, creiam ou não, pois independe.

Enquanto os filósofos e os cientistas da física quântica e agora também da física noética se debruçam em seus estudos para provar ou não a existência de Deus, da nossa parte, enquanto esperamos pelos seus resultados que já tardam 2.500 anos pelo menos, podemos nesse ínterim ir conhecendo o que já se sabe sobre o mundo espiritual e da continuação da vida após a morte. Pelas informações psicografadas, já sabemos que não há cemitérios lá em cima, só aqui em baixo, pois lá é um mundo essencialmente de espíritos, mas vivos.
Uma sociedade conscientizada desse fato - mesmo que alguns ou muitos ainda não creiam em Deus -, deve pelo menos procurar conhecer o que já se sabe sobre o mundo espiritual, do qual TODOS desencarnados fazem parte, vivos, e não mortos à espera de julgamento sem data marcada.

Democracia não partidária, sem distinção de classes  mas considerando necessário o conhecimento sobre as matérias que vai legislar e administrar; sem interferência do capital aliciador de consciências e sem interferência das religiões, dogmáticas, é um novo paradigma, assunto para um novo contrato social, à ser debatido entre os membros da sociedade, para a formação de um Estado voltado desta vez para o bem comum.


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