1. Adquirem empresas nacionais trazendo certo percentual
de dólares para a compra, “ajudando” com isso nossos “governantes” fecharem as contas externas.
Detalhe: a parte maior
dessa compra no entanto, é financiada pelo BNDES.
2. Lhes é exigido um índice de nacionalização de 65%, índice
sobre o produto todo, porém aleatório, “negociável intra-muros”, sem
pré-determinação, mesmo que não teria à nível de governo pessoas com capacidade
para tanto.
Detalhe: a importação dos
35% restantes do produto, que podem ser apenas meia dúzia de peças do conjunto,
que poderiam perfeitamente ser produzidas aqui, essas vem superfaturadas, transferindo com isto antecipadamente todo lucro
que eventualmente possa ser auferido, subtraindo dos eventuais sócios
brasileiros essa participação, sem contar a sonegação do I.R..
3. Importam mais do que exportam, pois o que exportam, é sub-faturado.
Detalhe: criam novamente
déficit nas contas externas.
4. Quando precisam de capital, se socorrem nas matrizes,
que buscam dinheiro em bancos no exterior à custo de 2 à 3% a.a. enquanto no
Brasil, as empresas nacionais se socorrem à um custo de 3 à 5% a.m..
Detalhe: dólares que vem e
que terão que ser devolvidos com juros.
Esse é o círculo vicioso a que estamos sujeitos.
Culpa de quem compra nossas empresas ? Não. O mundo está
globalizado e também compramos algumas empresas em outros países, ou, montamos
empresas lá, não obstante depois as entregarem de graça para os “cumpañeros”,
como se o patrimônio fosse deles, governantes.
Culpa de quem vende ? Também não, pois se vender for um
bom negócio, parabéns; mas via de regra vende para não fechar as portas.
Culpa da falta de visão, de conhecimento, de arrojo, de empreendedorismo
dos empresários brasileiros ?
Por que então milhares de empresas nacionais são vendidas
e outras tanto vão à falência ?
(Poderia aqui fazer uma
relação de empresas de porte, nacionais, que foram vendidas para empresários do
exterior nos últimos 36 anos (a débâcle principiou em 1976), e, outra relação
de empresas de porte que faliram, pois não conseguiram ser vendidas a tempo.
Mas o motivo não é a relação e sim o porquê.)
O principal
culpado chama-se governo, que por ser um fim em
si mesmo, vive e sobrevive às custas da sociedade. Usam e abusam do dinheiro
extorquido, como se deles fosse, ao ponto de não sobrar para investimentos.
Desde que começou se formar o Estado brasileiro, 1808,
fomos influenciados pela Corte portuguesa que aqui aportou, na época cercada, isolada
e protegida pela Inquisição e com isso mantida intocada nas suas idéias
medievais, ou seja, impedida de absorver os novos rumos que a Reforma
implementou na Europa.
Não é para menos que a Idade Média ou das trevas tem sua
duração determinada justamente pelo período compreendido entre a criação da
Igreja Universal (Katólica em grego) Apostólica Romana sob o controle do Imperador
Constantino (325 DC) e o rompimento com seus dogmas arcaicos (1517), onde algumas
dessas regras previam o ócio das elites. Aliás, a palavra trabalho lhes causava
urticária. Esta situação na Corte brasileira perdura até os dias de hoje,
piorada.
Piorou, pois nossos jovens numa quantidade cada vez
maior, espelhando-se no que parece ser o certo para adquirir fortuna, fama e
tranquilidade, só pensam em participar das regalias, seja por concursos
públicos, seja via eleições, ou entrando como cabos eleitorais, parentes,
amigos ou amantes; de alguma forma se esforçam e almejam se pendurar nas folhas
de pagamento do setor público.
Para resolver a questão da industrialização da economia
brasileira, na época 200 anos atrasada em relação à Europa, os dois movimentos
que ensejaram assumir o governo à força, o primeiro em 1930 com Getúlio Vargas
amparado pelos militares e o segundo em 1964 com os militares amparados pelos
civis, optaram por chamar a responsabilidade para o Estado, sendo pródigos em
criar empresas estatais, principalmente Geisel.
Lamentavelmente, empresas estatais foram e são
comprovadamente ineficientes, mas mascaram essa sua marca registrada alegando atendimento
social, quando na verdade não conseguem cobrir seus custos nem existir sem que
sejam sustentadas anualmente com recursos públicos adicionais, diluídos entre a
sociedade, que paga essa conta extra sem saber. De mais a mais, sempre serviram
e servem como cabide de emprego para os desocupados da Corte.
1995. Sob FHC
foram “vendidas” as estatais e com o que deveriam ter pago a dívida da
Corte, aliviando a carga das empresas
nacionais, conseguiram a proeza de quintuplicar essa mesma dívida, numa
demonstração inequívoca de que Estado e nação são dois mundos a parte, esta
carregando aquele nas costas. Não é para menos que todos sofrem de dores na
coluna.
2012. Dez anos sob a governança e pseudo preocupação dos
sindicatos com as empresas e empregos, e
continua a venda e o fechamento das empresas nacionais. Pudera. As sugam de
todos os modos, seja pelos impostos, numa participação de “modestos” 38% na
produção das mesmas, seja pelos extorsivos juros bancários, altos porque o
maior cliente chama-se governo, irresponsável, seja por uma legislação
trabalhista errada desde sua origem (1934), quando da implantação do
sindicalismo pelego, justamente escolhido por não ter nenhuma autonomia fora
das regras da Corte, e complementado por uma Justiça do Trabalho impertinente e
defasada, como sobejamente demonstrado
pelo Dr. Roberto Pinho Moreira.
Enquanto as empresas mínguam, os governantes e seus
parceiros privilegiados criam uma nova modalidade de empresa, PPP – Parceria
Público Privada. Depois das concessões fajutas dos aeroportos, querem
viabilizar o trem-bala com essa modalidade de
sociedade, onde dilui-se a responsabilidade entre parceiros selecionados sem
mais aquela, começando por quem propõe, e o ônus, quase que total (70%), fica
para o BNDES, enquanto o bônus, se houver, fica para as partes envolvidas, particularmente.
Também cedido sob a modalidade de concessão, daqui 30
anos nos será devolvido no formato de bagaço.
Em uma obra deste porte, um detalhe demonstra a
irresponsabilidade de quem decide:
- Primeiro orçamento = 18 bilhões.
- Segundo orçamento = 33 bilhões.
- Terceiro orçamento = 50 bilhões.
Isto é orçamento ou cartomancia ? Sem contar com os
prováveis aditivos, que pela Lei podem alcançar até 25% do total, ou seja, pelo
menos mais 12,5 bilhões a se somar.
Custo do km desta locomoção ferroviária de 412 km: a “bagatela”
de 151,7 milhões de reais/km.
Detalhe. Não precisam mais
ter lucro durante os 30 anos da concessão, pois já foi todo apurado na
consecução do projeto, com uma vantagem: não pagarão I.R..
Já passou do prazo de começar a reversão desse perigoso processo
de desnacionalização das empresas brasileiras, pois mesmo tendo reservas
inesgotáveis de recursos naturais, o que vem equilibrando nossa balança de pagamentos
e garantindo novos empréstimos externos, a evolução da tecnologia pode muito
bem nos pregar uma peça, e tornar obsoletos alguns desses recursos.
Sem contar que, nossa ignorância em determinar o que
servirá ou não no futuro, fará com que os principais recursos naturais do nosso
solo e que mais valem, acabem também na mão de empresas estrangeiras, como
aliás já vem sendo denunciado por alguns e olimpicamente ignorado pelos
responsáveis.
Tem saída para esse impasse ? Tem sim !
A Islândia acaba de dar ao mundo um belo exemplo !
Urge começar o debate de um novo contrato social onde estaria
incluído, logicamente, um novo modelo de empresas, premiando igualmente o
capital e o trabalho. Apenas não devemos mais esperar que esse debate seja
iniciativa das Casas Legislativas, pois se depender delas jamais se fará, pois não
lhes interessa mudar e perder as criminosas e por isto inconfessáveis regalias.
E se eventualmente algo for proposto por elas, será
apenas mudança de nomes, para que verdadeiramente nada mude. É assim desde 1889,
quando substituíram a palavra Monarquia por República e o revezamento no trono
não mais se deu entre uma única família. No mais, continuamos sustentando o
ócio da Corte, cada vez mais corrompida.
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