sábado, 4 de janeiro de 2014

Reforma Social


por Martim Berto Fuchs

Em algum ano novo teremos que iniciar decididamente a discussão de uma Reforma Social. Quando digo teremos, quero dizer a sociedade, pois assunto tão sério não pode ficar à mercê de políticos serviçais de partidos e seus donos – partidos compromissados com quem paga mais – sem contar o custo que os donos do capital cobram para financiar e colocar em evidência esses empregados subalternos.

Por uma questão cultural nos acostumamos a pensar partidos políticos como sinônimo de democracia. Isso vem da época em que se amarrava “cachorro com linguiça”, quando ainda havia ideologias e uma cerrada divisão em classes sociais.

Hoje, partidos pretensamente ideológicos ainda mantém convenientemente a divisão entre oligarquia, burguesia e trabalhadores, tanto que nas eleições lutam entre si, e para o vencedor assumir o Poder - ele nunca chega ser majoritário - precisa comprar essa maioria, a tal de “governabilidade”. Depois de comprada, chamam-na de “base aliada”. Obviamente, uma base mais que enlameada.

Essas e outras idiossincrasias são a base de nosso sistema político, sistema que ninguém mais domina e onde para desespero da sociedade e felicidade dos “políticos”, os remendos se sucedem, ampliados e resguardados pela “cretinocracia”, vulgo burocracia, o poder dentro do poder.

Uma república genuinamente democrática dispensa o partidarismo como meio de indicação e imposição de candidatos à cargos eletivos. Esses podem e devem ser escolhidos única e diretamente pelos eleitores. É possível e recomendável, a democracia não partidária.

Nos países democráticos os regimes de governo se dividem em parlamentaristas e presidencialistas, com os Poderes divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário, porém ambos sustentados por partidos políticos. No Brasil funciona assim apenas em teoria, pois na prática é uma Monarquia Republicana onde quem decide é o chefe do Poder Executivo, que nos últimos 12 anos – jan 2003/jan 2014 - é o rei Luiz 51 de Piracicaba y Bourbon também conhecido por Lulla, “ O Chefe”.

Reforma Social
O que proponho nesta reforma social é exercitarmos definitivamente as normas de uma república democrática, com um regime de governo que chamo de Parlecutarista, assentado também em Três Poderes, porém de acordo com o século 21 e não mais com as regras do século 18,  Montesquieu, que eram adequadas para a época, pós Monarquia Absolutista.

Regime Parlecutarista:
      Poder Constituinte
       Poder Judiciário
        Poder Parlecutivo.

Poder Constituinte. Eleito à cada 5 anos, um ano antes das eleições do Poder Parlecutivo, sendo o término dos seus trabalhos, cada vez, quando da posse do novo Parlecutivo.

Poder Parlecutivo.  Atualmente, na prática, já funciona de maneira parecida como a proposta aqui apresentada - embora por motivos diferentes e com resultados diferentes - pois o Executivo usurpou o poder do Legislativo na elaboração das Leis, tornando o Poder Legislativo um apêndice, mas que cobra caro para participar da pantomima.

O mundo está muito dinâmico para que se aceite a lerdeza e pior, a corrupção desse Poder Legislativo, que só vota pensando naquilo, R$. Os temas e os resultados não seguem a vontade da sociedade e sim os interesses dos partidos, representados nas casas das leis por seus serviçais, os “políticos”. Jânio se demitiu, Collor foi demitido e os outros aceitam o jogo sujo desse Poder, pois se locupletam todos.

O novo Poder, com apenas 14 Secretarias (T.O.H.), sempre as mesmas em todos níveis, se submete ao Poder Constituinte, único com poder para modificar as regras estruturais do país.
Cada Secretaria parlamenta, vota, busca o endosso do Magistrado que é o Prefeito, ou Governador, ou Presidente e executa, e, se esse não aceitar a decisão da Secretaria, leva o assunto ao respectivo Congresso. TODOS Secretários em todos os níveis escolhidos e ELEITOS diretamente pelo povo.

Quando Marx apresentou sua dialética materialista, ele não procurou uma síntese. Ele defendeu a  criação de uma nova tese, com a supressão da existente, o capitalismo. O que na época veio a ser a antítese, o marxismo, foi implementada 70 anos depois por Lenin e seus bolcheviques, na Rússia, do modo revolucionário pregado por Marx, ou seja, com a supressão pura e simples dos contrários, onde quem pagou caro pelo anacronismo foram os pequenos agricultores, assassinados em massa. É importante não olvidar que os bolcheviques foram financiados pela Oligarquia Financeira Internacional da época, leia-se Rothschild, Rockeffeler & Cia., estes sim, praticando a dialética à seu modo, financiando os dois lados, para ganhar sempre. Lenin jamais teria conseguido seu intento se não tivesse sido financiado por quem tinha interesse no fim das Monarquias. Esse negócio de revolta do proletariado e que “venderam” como verdade para todo mundo, foi papo furado, pois os mesmos não passavam de 3% da população russa, e ainda por cima pobres e analfabetos, sem nenhuma condição de fazer revolução. Nem Lenin no exílio o tinha. Foi ter, após ser financiado pelos interessados diretos.

Tese: capitalismo.
Antítese: marxismo.
Síntese: capitalismo social.

Não mais antagonismo, mas a união de capital e trabalho, juntos pela dignidade de quem quer trabalhar e trabalha. Isto é dialética, e espiritualista e não materialista, síntese sem supressão de uma das partes, mas a fusão das mesmas.

Vou além, propondo a derrogação de ideologias e a síntese das religiões, que comprovadamente causaram mais males do que bem. O espírito, nas suas passagens pela matéria com o fito de constante evolução, deve ser o centro das atenções, mas conhecendo a  realidade da reencarnação, que deve ser o ponto em comum, de todo e qualquer recomeço.

Com isto chegamos ao humanismo, agora espiritualista. Humanismo que começou na antiguidade com Platão, esquecido no período da Idade Média, reavivado com o renascentismo, cristão, depois pelo iluminismo também cristão, passando pelo humanismo profano para chegar ao espiritualista, atual, a síntese do humanismo.

Este é um novo Contrato Social, onde a sociedade delega poderes para um Estado sempre  forte, mas que deve satisfação dos seus atos, e não como até hoje um Estado como fim em si mesmo, para quem não passamos de massa de manobra para manter seus donos no fausto.

Reforma Social é mais do que uma simples reforma política. É um novo paradigma dentro do processo evolutivo que a história registra. Apenas que desta vez não devemos pensar em apelar para as nossa famosas revoluções, que depois de muito escarcéu e oba oba, mudados os nomes, constatamos que nada mudou e os mesmos de sempre continuam como moscas voando em volta do mesmo “monte”, ou, da chave do cofre.


Projeto completo:  agosto de 2012.


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