Sérgio da Costa Ramos
Está cada vez mais difícil ser corrupto no país da
impunidade. Houve uma época mais feliz para os que nasceram sem o pudor de
atentar contra o sétimo mandamento. Com o rugido das ruas, ser corrupto já não
é um facilitário, um “mamão com açúcar”...
Pensam que vida de corrupto é fácil ? Que é só pegar o
“ramalhete” de dinheiro e pronto ? Ir gozar a vida e um mandato novo, com
direito a novas emendas do orçamento ?Ser corrupto é padecer no Paraíso. É ser descoberto pela imprensa enxerida e golpista que “adora” fazer escândalo de tudo. Que gosta de maltratar e expor ao ridículo os nossos ladrões mais honestos e tradicionais.
Corrupto também sente vergonha. A seu modo, claro. É vergonhoso perder, por exemplo, “aquela” concorrência pública que já estava combinada – e, por isso, no “papo”.
É cada vez mais desagradável aparecer no jornal com o epíteto de “ladrão”. E – suprema desonra – figurar em alguma fotografia usando o infame “bracelete” daquelas algemas niqueladas.
Roubar é verbo conjugado no Brasil desde Pedro Alvarez Cabral – e nunca se soube que tenha sido banido como verbo avesso aos usos e costumes da Terra Papagalis.
Esteve tão disseminada no Brasil a transgressão ao sétimo mandamento das tábuas de Moisé - o Não Roubarás – que já se tornou uma verdade quase bíblica a suposição de que, aqui, o ladrão já nasce feito.
Houve um tempo que seria melhor “legalizar” logo o roubo, o furto. E cobrar imposto. Roubo acima de 1 milhão, alíquota máxima de 27,5% sobre o total “aliviado” do Tesouro.
Quem seria o primeiro parlamentar a acolher a idéia,
transformando-a em projeto de Lei ? Talvez aquele com conta na Suiça, mas que
vive repetindo:
“Quem encontrar um centavo meu no exterior, terá o
direito de herdá-lo...”
Com a legalização da ladroagem os contribuintes seriam
menos lesados. Afinal, ficaria valendo aquela sábia máxima tributária, segundo
a qual “quando todos pagam, todos pagam menos”.
As ruas se rebelaram e frustraram o sonho da impunidade
bem sucedida e do furto sem publicidade. Hoje, os corruptos de plantão podem
até continuar a sua nefanda prática, mas
já não escaparão de ser apontados nas ruas como os novos Judas da nação
brasileira.Os trinta dinheiros vão sair muito mais caros do que o seu valor de face.
“Transcrito do Diário Catarinense – 15 de julho de 2013”.
Comentário do
blog:
Essa situação não vai mudar com os remendos que nossos
políticos estão propondo, em função da pressão à que estão sendo submetidos
atualmente.
Novamente conseguirão emplacar alguma solução de
emergência e com o apoio da mídia chapa branca e mais alguns bilhões de reais em publicidade
diversionista, o problema mesmo – sistema político anacrônico – será relegado à
segundo plano, até que um dia a coisa degringole mesmo e acabemos numa guerra
civil. Guerra civil, que à exemplo da África, não resolverá nada, pois mesmo
com milhares de mortos não conseguem ultrapassar a barreira das duas maiores pragas: ideologias (direita x esquerda) e religião
(se matam em nome do mesmo Criador, apenas com nomes diferentes: Jeová, Deus,
Allá).
Discutir com seriedade uma nova proposta, um novo
Contrato Social – JÁ ESTAMOS NO SÉCULO
21 - esquecendo essas velhas e surradas regras que nunca trouxeram ao ser
humano uma vida com dignidade, nem pensar.
Enquanto nosso políticos, o que duvido, e nossos
pensadores não tirarem as viseiras que os impelem a olhar sempre para o mesmo
ponto, confundindo efeito como causa, continuaremos a nos enganar e a pagar a
conta da farra e do desperdício do dinheiro extorquido da população através de
impostos, enriquecendo poucos às custas e em detrimento de muitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário