terça-feira, 25 de junho de 2013

Mudanças que se impõem


Duas gerações se perderam. Uma, castrada pelo contra-golpe de 64, à qual pertenço. A geração seguinte, impedida de se manifestar pelos 21 anos de ditadura. Somente agora, esta nova geração, tem a liberdade de se manifestar. E os resultados são espetaculares. Até agora.

Os atuais ocupantes das cadeiras da Corte da nossa Monarquia Republicana, acuados, felizmente, estão dispostos, pelo menos publicamente, a debater com a sociedade uma reforma política. É uma notícia alvissareira, mas pode resultar em nada, se depender das organizações criminosas que se auto-intitulam partidos políticos. Mesmo que se mantenha a pressão até que se aprove dita reforma, em cima de quais bases será discutida o novo sistema ? Novamente alicerçado nos partidos ? É tempo perdido.

Partidos políticos, por mais que permitam algumas modificações, no máximo entregarão alguns dedos para salvar todos os anéis.

Lembrem da famosa Revolução Francesa, 1789. Melhorou a posição pobres ? Melhorou sim. Mas se analisarmos friamente o resultado, foi apenas o de que os representantes dos pobres passaram a freqüentar a Corte e se amoldaram com muita rapidez as benesses que os outros dois grupos já usufruíam e a pobreza apenas subiu um patamar, ainda com gritantes diferenças de renda e desumanamente explorada.

A nossa “proclamação da república”, exatos 100 anos depois, 1889, nem isso permitiu. Os dois grupos que dominavam a Corte continuaram com o mesmo status, apenas mudaram nomes, de títulos nobiliárquicos e perucas bolorentas, para senadores, deputados e ministros. Apenas em 2003 o terceiro grupo, sindicalistas, passou à partilhar da farra com o dinheiro público. Até hoje.

E permanecerá, se forem os partidos políticos que continuarão a determinar quem serão os candidatos aos cargos eletivos. Obviamente, essas organizações jamais indicarão alguém a quem  eles não possam controlar; basta ver os casos da atual Presidente da República e do Prefeito de SP capital. Dois “postes”, para citar apenas os mais famosos. Dois gerentes que nada podem fazer sem autorização dos que os colocaram lá. Numa democracia que se preze, isto é INADMISSÍVEL, pois esses dois eleitos representam apenas os interesses dos seus chefes. No caso paulista, o estrago é pior ainda, pois um dos chefes é procurado pela Polícia Internacional, Interpol, Sr. Paulo Salim Maluf. O outro, Sr. Luiz Inácio da Silva, não é procurado porque conseguiu, pela influência que ainda exerce, impor que seu nome ficasse de fora das conhecidas “maracutaias”.

Deste fato, que aqui me refiro, nem mesmo os mais velhos, sem falar da juventude, parecem se dar conta. A idéia de partidos políticos está tão arraigada na cultura popular, que não consegue atinar com um sistema democrático que os dispense, quando um sistema para ser democrático precisa justamente se livrar da separação em classes sociais, classes estas mantidas e representadas pelos partidos.

Em pleno século 21, à quem interessa manter esse sistema político arcaico, que discrimina grande parte da população, quando um dos grupos está no Poder ?

Para que os políticos eleitos representem efetivamente a sociedade, não podem ser eleitos por uma minoria, apoiada para chegar ao Poder por interesses e alianças escusas, à que dão o nome de base aliada. Melhor seria chamá-las de base “enleada” ou “enlameada”

http://capitalismo-social-blogspot.com.br/2012/08/504-capsoc-novo-sistema-eleitoral.html

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