Duas gerações se perderam. Uma, castrada pelo contra-golpe
de 64, à qual pertenço. A geração seguinte, impedida de se manifestar pelos 21
anos de ditadura. Somente agora, esta
nova geração, tem a liberdade de se manifestar. E os resultados são
espetaculares. Até agora.
Os atuais ocupantes das cadeiras da Corte da nossa Monarquia
Republicana, acuados, felizmente, estão dispostos, pelo menos publicamente, a
debater com a sociedade uma reforma política. É uma notícia alvissareira, mas
pode resultar em nada, se depender das organizações criminosas que se
auto-intitulam partidos políticos. Mesmo que se mantenha a pressão até que se
aprove dita reforma, em cima de quais bases será discutida o novo sistema
? Novamente alicerçado nos partidos ? É tempo perdido.
Partidos políticos, por mais que permitam algumas
modificações, no máximo entregarão alguns dedos para salvar todos os anéis.
Lembrem da famosa Revolução Francesa, 1789. Melhorou a
posição pobres ? Melhorou sim. Mas se analisarmos friamente o resultado, foi apenas o de que
os representantes dos pobres passaram a freqüentar a Corte e se amoldaram
com muita rapidez as benesses que os outros dois grupos já usufruíam e a
pobreza apenas subiu um patamar, ainda com
gritantes diferenças de renda e desumanamente explorada.
A nossa “proclamação da república”, exatos 100 anos depois,
1889, nem isso permitiu. Os dois grupos que dominavam a Corte continuaram com o
mesmo status, apenas mudaram nomes, de títulos nobiliárquicos e perucas
bolorentas, para senadores, deputados e ministros. Apenas em 2003 o terceiro
grupo, sindicalistas, passou à partilhar da farra com o dinheiro público. Até hoje.
E permanecerá, se forem os partidos políticos que continuarão
a determinar quem serão os candidatos aos cargos eletivos. Obviamente, essas
organizações jamais indicarão alguém a quem
eles não possam controlar; basta ver os casos da atual Presidente da
República e do Prefeito de SP capital. Dois “postes”, para citar apenas os mais
famosos. Dois gerentes que nada podem fazer sem autorização dos que os
colocaram lá. Numa democracia que se preze, isto é INADMISSÍVEL, pois esses
dois eleitos representam apenas os interesses dos seus chefes. No caso
paulista, o estrago é pior ainda, pois um dos chefes é procurado pela Polícia
Internacional, Interpol, Sr. Paulo Salim Maluf. O outro, Sr. Luiz Inácio da
Silva, não é procurado porque conseguiu, pela influência que ainda exerce, impor
que seu nome ficasse de fora das conhecidas “maracutaias”.
Deste fato, que aqui me refiro, nem mesmo os mais velhos, sem falar da
juventude, parecem se dar conta. A idéia de partidos políticos está tão
arraigada na cultura popular, que não consegue atinar com um sistema
democrático que os dispense, quando um sistema para ser democrático precisa
justamente se livrar da separação em classes sociais, classes estas mantidas
e representadas pelos partidos.
Em pleno século 21, à quem interessa manter esse sistema
político arcaico, que discrimina grande parte da população, quando um dos
grupos está no Poder ?
Para que os políticos eleitos representem efetivamente a
sociedade, não podem ser eleitos por uma minoria, apoiada para chegar ao Poder
por interesses e alianças escusas, à que dão o nome de base aliada. Melhor
seria chamá-las de base “enleada” ou “enlameada”
http://capitalismo-social-blogspot.com.br/2012/08/504-capsoc-novo-sistema-eleitoral.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário