O primeiro entrave começa nas ideologias e religiões, ambas trilhando alegremente o caminho do fanatismo e da intolerância. Sei que o termo é forte, mas não me ocorre outro que sintetize melhor a realidade.
Nas ideologias, mantém-se obstinadamente a dicotomia esquerda x direita, para distinguir grupos “preocupados” com o bem estar dos pobres contra os exploradores dos mesmos, como se os dois não se valessem da ignorância (falta de educação) da maioria para manter seu status de privilégios.
Nas religiões, se considerarmos apenas as 3 principais, cristianismo, islamismo e judaísmo, e em especial aquela que nos diz mais respeito, cristianismo, temos que mais uma vez dividi-la, catolicismo x evangélicos e protestantes, que tendo o mesmo e único Deus e o mesmo Evangelho trazido, pregado e vivido por Jesus, conseguem a proeza de ser antagônicas, ao ponto de inimigas.
E, algumas mais outras menos, mas todas contra a única realidade que emerge, com atraso mas oportuna, que é o espiritualismo, também com o mesmo e único Deus, com a aceitação incondicional do espírito angélico de Jesus e a Boa Nova – Evangelho segundo o Espiritismo – trazido por Ele na sua reencarnação sacrificial há 2.000 anos.
E nesta briga de foice e martelo no escuro, se não bastassem os desencontros das religiões, temos os materialistas, descrentes do Deus dos cristãos, sempre apresentado como magnânimo e justo. Pudera.
É neste imbróglio que se encontra a educação. Todos “querem” educar, mas não chegam a um acordo de como executar a tarefa. Enquanto não chegam a um denominador comum, o único fato concreto e explícito é a demagogia, a hipocrisia, a mentira e o ECA; sem contar o desperdício do dinheiro dos impostos através do Ministério da Educação e das Secretarias, sejam estaduais ou municipais, todas transformadas em cabides de emprego.
Entra governo, sai governo e o desperdício aumenta na mesma proporção que se desqualifica o ensino público. Uma terça parte dos que estão nas folhas de pagamento do Ministério e das Secretarias, estão designados para entrar nas salas de aula e enfrentar os alunos e seus pais, mas já contando os dias para as próximas férias, uma vez que a regra não escrita é fazer de conta que ensinam e a dos alunos fazer de conta que aprendem. E as outras duas terças partes do pessoal do Ministério e das Secretarias ocupam espaço em frente ao cartão ponto ou já estão em licença qualquer coisa.
Cotas em Universidades Públicas é um exemplo de como nossos governantes fogem do enfrentamento dos problemas, pois continuam atacando os efeitos em vez das causas:
1. No modelo atual, com os “funcionários” que já estão sendo pagos nas escolas públicas, pode-se triplicar o número de vagas sem que seja necessária a contratação de mais pessoas.
2. Mudando-se a também secular orientação, do ingresso nas Universidades Públicas apenas através das notas do vestibular para, também a declaração de renda dos alunos ou responsáveis, ou seja, paga mensalidade na razão direta da sua renda, o mesmo se aplicando para as Universidades particulares, e não precisaríamos de cotas.
3. Desde o 1º grau, passando pelo 2º e chegando ao 3º, aluno paga ou não mensalidade na razão direta da sua renda, sendo responsável pelo dinheiro que eventualmente faltar, o Estado.
4. E para manter a eficiência e justeza na distribuição dos resultados, vem a transformação de todas escolas em empresas sociais, dignificando seu corpo docente e funcionários.
Não acredito mais em remendos no atual e sempre defasado contrato social que regula nossa convivência em sociedade. São sempre os mesmos problemas e sempre postergados mas quando atacados, pioram, pois acabam legislando apenas sobre os efeitos, além de prevalecerem as ideologias e religiões, irreconciliáveis.
Está mais do que na hora de enfrentarmos a realidade e debater novas regras de convivência, dentro de um novo paradigma. Não há mais espaço nesta colcha para novos remendos com velhos retalhos.
Educação é o ponto de partida para outro amanhã, pois é quem proporciona as múltiplas oportunidades para que o ser humano desenvolva e consolide sua consciência individual, que é a matriz que lhe estrutura o caráter.
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