segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Velho Meneghetti

Rogério Mendelski

14 de maio de 2012

Jornalista Rogério Mendelski faz uma bela referência ao livro “Baile de Cobras – A Verdadeira História de Ildo Meneghetti” em sua coluna no Correio do Povo deste domingo, 13.05.2012.

O Velho Meneghetti

Assim era tratado o ex-governador Ildo Meneghetti por todos os gaúchos que privaram com ele, especialmente depois que ele deixou o governo, em janeiro de 1967.

“O velho Meneghetti”, quando era citado desta maneira, trazia uma entonação vocal como nós damos ao “velho”, quando nos referimos aos nossos pais. “O velho Oswaldo”, diria o colunista, “era um excelente cozinheiro e nunca estava com mau humor”.

Pois o livro “Baile de Cobras”, escrito pelo seu neto Enio Meneghetti, lançado na última segunda-feira, é um perfil do ex-governador que os gaúchos estavam esperando já faz algum tempo. Não se trata de uma ode na qual o neto elogia o avô, mas de um depoimento pleno de fatos importantes da vida política do RS da metade do século passado. O que enriquece “Baile de Cobras” não é somente a farta documentação da época com reproduções dos jornais (destaque para os jornais da Caldas Júnior), mas os detalhes do dia a dia de um homem cuja simplicidade o fazia dirigir o próprio carro quando era prefeito, refletindo uma honestidade nata que, nos dias de hoje, poderia ser considerada de ingênua diante do oceano de patifarias e de roubalheiras que se tornaram “métodos” e “programas” de governo. Um pequeno trecho narrado logo no início do livro provoca no leitor aquela vontade de não parar mais de lê-lo. Prefeito de Porto Alegre em seu segundo mandato, Meneghetti inaugurou, ao lado do presidente Getúlio Vargas, um conjunto habitacional no bairro Sarandi.
Após o ato, Meneghetti entregou a Getúlio um cheque. “O que é isso, Meneghetti?”, perguntou o presidente. “É o dinheiro que sobrou da construção das casas”, respondeu. E o presidente, então, não resistiu: “Ora, é a primeira vez que vejo sobrar dinheiro de obras públicas”. Meneghetti: “É que aqui nós aplicamos as verbas na obra mesmo…”.


Comentário do blog:  dispensa comentário.(MBF).



Nenhum comentário: