Roberto
Rachewsky
Como somos naturalmente desiguais, como temos
capacidades e oportunidades distintas, o que nos leva, inexoravelmente, a resultados
diferentes, a única maneira de igualar tais oportunidades e tais resultados é,
pensam eles, através da coerção, do uso da força, iniciativa produzida pelas
leis estabelecidas pelos governos, que adquirem uma aparência de legitimidade
ao se vestirem de uma legalidade formal.
Mas, como justificar qualquer ação governamental coercitiva
formulada para obter uma pretensa igualdade, se o próprio poder de coerção, se
a própria capacidade do uso da força, entre quem detém tal poder, os agentes do
governo, e aqueles que são objeto de tais ações, os indivíduos na sociedade, é
desigual? Nenhuma lei pode modificar a natureza humana e nem os princípios da
verdadeira justiça que deve ser baseada no mérito.
Somos todos desiguais porque somos dotados de capacidades
diferentes pela própria natureza. Experimentamos diferentes oportunidades
porque vivenciamos circunstâncias particulares, aproveitando-as à nossa
maneira.
Resta-nos apenas uma possibilidade de sermos efetivamente
iguais, e esta é criada pela política, ao estabelecer que cada um de nós tem o
direito de ser tratado com igualdade perante a lei, que deve proteger nossos
direitos individuais. Quando as leis tentam igualar capacidades, oportunidades
e resultados, a igualdade perante a lei acaba sendo suprimida.
Portanto, num sistema capitalista radical, onde a lei é igual
para todos e visa defender igualmente os direitos à vida, à liberdade, à
propriedade e à busca da felicidade, como aprouver a cada um, há a
possibilidade de se obter um tipo de igualdade, justa e legítima, que é a
igualdade perante a lei.
Em qualquer outro sistema político, onde haja a tentativa de
igualar oportunidades, capacidades e resultados, através do uso da força, da
coerção, todas as possibilidades de se alcançar algum tipo de igualdade são
absolutamente eliminadas, inclusive a igualdade perante a lei.
Não podemos descartar, é claro, se olharmos a história, que
todas as tentativas de igualar os homens no que se refere às suas capacidades,
oportunidades e resultados, só obtiveram sucesso com o aniquilamento genocida
da população.
Afinal, somos iguais apenas depois da morte.
Roberto
Rachewsky
Empresário
e articulista
Instituto Liberal
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