quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Para Doria, Petrobras deve ser privatizada e BB e Caixa, fundidos

Vicente Nunes

Na tentativa de manter um discurso em defesa de um Estado mais enxuto e menos corrupto, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu comprar briga com os funcionários de estatais, mais precisamente, da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Em evento com empresários do setor de infraestrutura, em São Paulo, Doria defendeu a privatização da Petrobras, que foi alvo do maior esquema de corrupção da história, e a fusão do Banco do Brasil com a Caixa Econômica Federal, projeto que chegou a ser cogitado no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Para ele, o excesso de estatais abre espaço para “tantos braços e tentáculos”, o que dificulta o controle e a eficiência. “Eu defendo uma privatização gradual da Petrobras para que não haja prejuízo para seu corpo funcional, que é muito bom e sério. A Petrobras foi muito afetada pelo assalto do PT ao longo de 13 anos, mas é uma instituição de valor e pode, gradualmente, caminhar para sua privatização sem prejuízo funcional, humano ou estratégico para o Brasil”, afirmou o prefeito, candidatíssimo à Presidência da República.

Sobre a fusão do BB com a Caixa, Doria disse não ver razão para o Brasil ter dois bancos públicos atuando nos mesmos segmentos. Para ele, o melhor caminho, nesse caso, não é a privatização, mas a junção das estruturas. BB e Caixa passariam a ser uma única instituição pública, permitindo maior controle sobre ela. Ele reconheceu, porém, que a fusão do BB com a Caixa teria que ser embasada em um estudo técnico. “Não pode ser feita de sopetão. Deve-se respeitar as duas instituições, avaliar a hipótese de uma fusão, sem gerar desempregos”, frisou.

Na avaliação de Doria é possível formar um banco de altíssima competitividade e extrema competência, além de evitar a sobreposição e o uso político também. “Nas delações da Lava-Jato, sobretudo a Caixa Econômica Federal, houve o uso de vice-presidências e diretorias para fins políticos. A instituição financeira tem que estar longe de qualquer influência desse tipo”, assinalou.

Correio Brasiliense


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