domingo, 4 de dezembro de 2011

Cap.Soc. 4.01 - "Monarquia Republicana"

Regime
Vivemos num regime dito republicano, sistema presidencialista, enganosamente democrático. A bem da verdade, da Monarquia Absolutista para o sistema atual, a única diferença é que na alternância do mandante a chave do cofre que antes passava de pai para filho, agora é disputada entre os 3 grupos que compõem a Corte. A autoridade do Presidente em nada difere do Rei, onde os 3 Poderes, hoje explícitos, continuam sendo 3 departamentos submissos.  Antes, o Monarca legislava, executava e julgava pessoalmente. Hoje o faz através dos 3 departamentos, mas a palavra final é sua.
                                                                                                
Impostos
O Estado brasileiro é um fim em si mesmo. Toda arrecadação recolhida através de 85 itens entre impostos e taxas, é usada na manutenção e agigantamento do Estado.  Recolhem em caixa único e distribuem de acordo com conveniências políticas, necessidades pessoais ou de grupos. Se faltar dinheiro para manutenção do Estado, aumentam-se as alíquotas ou criam-se novos impostos.  Ninguém reclama, mesmo que não há para quem e não resolve.

Taxas
Cada município, estado, União, bancos, empresas, Conselhos Regionais de diversas atividades, sindicatos aos milhares, etc, exorbitam na criação de taxas. Tornou-se uma epidemia. A “burrocracia” e a ganância pelo ganho fácil tornaram a vida do cidadão e do empresário brasileiro um calvário. Taxas são paridas diariamente, indiscriminadamente.

Multas
A cultura da multa vem de longa data. Mas sob a desculpa de que é a única forma do cidadão aprender  à respeitar a Lei, multa-se de forma acintosa e por qualquer motivo. Tornou-se mais um imposto, ou, a indústria da multa.

Royalties
Mais uma típica cobrança da Monarquia, época dos feudos. Justificava-se. Hoje cobram e ninguém sabe onde é usada. É apenas mais um imposto.

Eleições
Não há. O Estado, através dos Partidos Políticos, que de tempos em tempos trocam de nome ou seus integrantes trocam de Partido, para atender necessidades  momentâneas, nos impõem, à revelia, candidatos.  Resta-nos apenas referendar “os agraciados”; sem contar  que nos culpam, de acordo com os “cientistas políticos”, pelos maus “políticos” eleitos.  Como vemos, cabe-nos a culpa e o ônus pelos descalabros praticados pelos outros.

Empresas x produção
A gangorra pende entre empresas da iniciativa privada e empresas estatais (empresas dos políticos). As empresas da iniciativa privada se dividem claramente em duas. No primeiro grupo estão aquelas que quando vão à falência, os proprietários ficam ainda mais ricos. No segundo, aquelas em que os empresários quando vão à falência, vão mesmo. Estes sustentam com sua iniciativa e empreendedorismo, os empregos mal remunerados e a produção geradora de impostos que sustenta o Estado. E as empresas estatais, que além de monopolizar os melhores setores da atividade econômica, inexplicavelmente para um regime dito democrático, à sociedade é vedado qualquer controle ou informações corretas sobre as mesmas, lhes sendo permitido inclusive, operar indefinidamente em déficit. 

Trabalhadores
Enquanto a riqueza se concentra, a pobreza se alastra. Isto vai explodir. Esta equação não fecha.

Sindicatos
Não sei se alguma vez chegaram a preencher sua real finalidade.  Antigamente eram os pelegos. Hoje nem sei como nominar, só sei que tem mais sindicato que trabalhador. Se transformou num negócio, tanto que já tem curso para ser sindicalista. São centenas de sindicatos novos todos os anos, aprovados pelo Ministério do Trabalho. Competem em número com as diversas taxas que se multiplicam geometricamente.

Legislação trabalhista
Baseada na luta de classes, no antagonismo entre patrões e empregados,  esta cultura prejudica o trabalhador, sem contar o empregador. É mais do que necessário um novo enfoque, um novo paradigma, para que ambos, trabalhador e empregador, possam progredir harmonicamente, como parceiros e não como adversários.

Previdência Social
O Estado garante aposentadoria integral aos seus. São intocáveis. Para os que não estão na folha de pagamento do Estado, as aposentadorias estão sendo gradativamente reduzidas, TODAS, ao nível do salário mínimo, independente sobre quanto o trabalhador da iniciativa privada tenha contribuído durante o período obrigatório. Sem contar que no Estado o indivíduo poderá ter tantas aposentadorias quantas “conseguir” e sem limite máximo. Esta é a propalada igualdade social brasileira; não passam de castas.

Loteamentos populares
Estão encarecendo absurdamente o programa “Minha Casa Minha Vida”. A especulação imobiliária está elevando em 10 vezes o valor dos lotes que serviriam para o mesmo.

Forças armadas
Foram reduzidas à penúria. Alguma intenção oculta por trás disso ?

Elites
Representada pela aristocracia que sempre sobreviveu e enriqueceu às custas do Estado, desde que aqui chegaram corridos de Portugal; as oligarquias remanescentes da agricultura e pecuária; a burguesia representada pelos “empresários” amigos do Poder,e, os novos parceiros auto-privilegiados, os sindicalistas, teoricamente representantes dos pobres. Todos em conluio com o corporativismo enraizado nos 3 Poderes, transformaram o Estado numa agente espoliador.

Corrupção
Resultado do excesso de Leis e regras que tornam impossível qualquer controle; do corporativismo e da impunidade que predomina nos 3 Poderes. É um câncer que contaminou a alma do nosso povo.

Esse é o quadro atual, que vem crescendo perigosamente. Tem solução ? Tem sim, mas precisa de decisão política e líderes de verdade, criados no seio da sociedade, e não “líderes” fajutos, criados robótica e aleatoriamente pelos Partidos Políticos e seus “capos”, para manter esta situação que só à eles interessa.


Revoluções         Inglesa em 1.640
Americana em 1.776
Francesa em 1.789,
Russa em 1.917.
Brasil ?  Começaremos quando ?


E terá que ser, como as outras, com banho de sangue ?
Ou vamos deixar a situação explodir e partir para nova ditadura, desta vez de esquerda, uma vez que até os “políticos” de direita já hasteiam bandeirolas de esquerdistas  ?
Ou vamos copiar o modelo chinês, comunista na administração pública e capitalismo selvagem na economia ? Devemos no entanto atentar para um detalhe. Corrupção na China  não se extingue por decurso de prazo nem sob alegações do tipo “não sei de nada”.  Dá paredão, sem recursos protelatórios, independente do status do corrupto. Não terminará jamais, mas reduziu-se à quase nada. Lá sobra dinheiro dos impostos para investimentos.

Um comentário:

Antonio Carlos Rocha disse...

Parabéns pelo blog. Concordo com o que escreveu no comentário que fiz hoje, 09/12/11, na Tribuna. Vamos tentando melhorar o viver. Saúde!Antonio Rocha antoniocpbr@ig.com.br