AFP – France Presse
(*)
Demissões foram desencadeadas por
renúncia da ministra da Defesa, Sylvie Goulard, envolvida em um caso de
supostos empregos fantasmas no Parlamento Europeu. Substitutos não são
políticos tradicionais.
O Presidente
francês, Emmanuel Macron, nomeou nesta quarta-feira (21) um novo governo após a
demissão de quatro ministros em três dias, entre eles o ministro da Justiça,
François Bayrou, um aliado-chave, por conta de investigações judiciais.
Desde
sua vitória, no domingo, nas eleições legislativas, que lhe deram uma clara maioria, Macron preparava o novo Executivo,
que conformou sem apelar praticamente para nenhum peso-pesado da política
francesa.
Comandado
pelo primeiro-ministro Edouard Philippe, que se mantém no cargo, o gabinete
ministerial é integrado por Nicole Belloubet como nova ministra da Justiça.
Os
socialistas Jean-Yves Le Drian e Gerard Collomb se mantêm, respectivamente, nas
pastas das Relações Exteriores e do Interior.
O
conservador Bruno Le Maire permanece como ministro da Economia.
A
inesperada renúncia na terça-feira da ministra da Defesa, Sylvie Goulard,
envolvida em um caso de supostos empregos fantasmas no Parlamento Europeu,
desencadeou as demais demissões, consideraram os meios de comunicação.
Goulard
foi substituída nesta quarta-feira por Florence Parly, ex-funcionária de alto
escalão, e Nathalie Loiseau, diretora da escola da elite burocrática francesa,
a ENA, assumiu o cargo de Assuntos Europeus no lugar de Marielle de Sarnez, que
também se demitiu.
Caso incômodo
A
investigação judicial aberta em 9 de junho tenta determinar se o partido
centrista MoDem, aliado de Macron, deu trabalho a colaboradores na França,
pagando com dinheiro do Parlamento Europeu.
O caso é
especialmente incômodo para Bayrou, encarregado de elaborar uma lei para a
moralização da vida pública, um dos principais objetivos do novo presidente.
A saída
de Bayrou é "uma escolha pessoal" que "simplifica a
situação", considerou o porta-voz do governo, Christophe Castaner, que
explicou que o ministro da Justiça desejava "se defender" no caso dos
assistentes parlamentares do MoDem.
Bayrou
assegurou que continuará apoiando a administração de Macron, que tem uma ampla
maioria no Parlamento.
O
político disse em coletiva que embora não seja diretamente mencionado na
investigação judicial, era "o verdadeiro objetivo, para desacreditar o
[seu] trabalho de ministro".
Marielle
de Sarnez, sua colega de partido e agora ex-ministra, irá presidir o grupo
MoDem na Assembleia Nacional.
Tanto
Bayrou como Marielle de Sarnez poderiam comparecer diante da Justiça pela
investigação sobre os supostos empregos fantasmas.
Outro
ministro, Richard Ferrand, um ex-socialista eleito deputado pelo movimento
presidencial A República Em Marcha, também se demitiu depois de resistir
durante semanas.
Ferrand,
que acompanhou Macron em sua conquista do poder, é alvo de uma investigação
preliminar por suspeitas de favorecimento a sua esposa em uma operação imobiliária.
Para
substituir Ferrand, que era ministro de Coesão Territorial, Macron nomeou
Jacques Mézard, que exercia a função de ministro da Agricultura, que foi
substituído pelo ex-deputado socialista Stéphane Travert.
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: lendo sobre os motivos que os
levaram à renúncia, chega parecer ridículo que alguém renuncie apenas por isto,
como por exemplo, indicação de parentes para cargos públicos.
Aqui na nossa política tupiniquim, nomear
a grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes, amigos) é regra e não
exceção, e nem um político se sente pelo menos envergonhado. Também, é justamente por isto que estamos no fundo
do poço. Esta é a causa primeira, pois empreguismo é roubo.
Quando o 6º João chegou – 1808 - com
sua comitiva, eram 10.000 pessoas - “nobres”,
cortesãos, domésticos, outros - para quem tiveram que criar empregos no setor público, com pouco
ou nenhum trabalho.
Duzentos e nove anos depois – 2017,
temos 11 milhões de pessoas nessas
condições, com pouco ou nenhum trabalho, mas regiamente pagos e mais regiamente
ainda, aposentados.
O Brasil não agüenta mais pagar esta
conta. E nem deve. Chega !!!
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