Reynaldo Turollo Jr. e
Rubens Valente
(*)
A
subprocuradora-geral da República Raquel Elias Ferreira Dodge, 55, indicada
pelo presidente Michel Temer para comandar a PGR (Procuradoria-geral da
República) a partir de setembro, fez carreira no Ministério Público na área
criminal e destacou-se em casos de repercussão envolvendo corrupção.
Mestre
em direito pela Universidade Harvard (EUA), atuou em 2009 na Operação Caixa de
Pandora, que revelou o chamado mensalão do DEM, e pediu a prisão do então
governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Dodge
também foi uma das responsáveis pela condenação do ex-deputado Hildebrando
Pascoal, que matou um mecânico com uma motosserra no Acre, em 1996.
Participou
ainda de uma ação que levou à prisão, em 2003, o então presidente da Assembleia
do Espírito Santo, José Carlos Gratz.
Segunda
colocada na lista tríplice entregue pelos procuradores da República a Temer
nesta quarta (28), Dodge fez uma campanha com críticas à gestão do atual
procurador-geral, Rodrigo Janot. O mandato de Janot termina no dia 17 de
setembro.
Em
debates durante a disputa pela PGR, Dodge disse que a Operação Lava Jato, a
principal ação do Ministério Público Federal hoje, precisa ser mais célere, e
defendeu que o combate à corrupção seja a prioridade do órgão.
"A
corrupção é um mal em si. Ela confunde o público com o privado. Devemos
combater a corrupção porque ela deteriora o regime democrático que é exatamente
baseado na distinção entre público e privado", afirmou na última sexta
(23) em debate em Brasília promovido pela Folha e pelo site "Jota".
"Esse
trabalho não só é dever como deve ser prioridade, porque tem a ver com tudo
aquilo que é a missão principal do Ministério Público."
Em abril
deste ano, já em pré-campanha, Dodge protagonizou embate com Janot no Conselho
Superior do Ministério Público ao defender um limite para que unidades da
instituição pudessem "emprestar" procuradores lotados em outras
unidades.
A ideia,
apresentada por Dodge, foi vista por setores da Procuradoria como um ataque à
Lava Jato –integrantes do grupo de trabalho que atua na operação na PGR são
cedidos por outras unidades.
No
debate de sexta, Dodge comprometeu-se a manter a Lava Jato e prometeu "não
ceder até que a corrupção seja debelada, e as verbas públicas,
recuperadas".
"Pretendo
reforçar esta atuação até que a corrupção ceda, o dinheiro seja recuperado e
isso seja considerado uma página virada da história brasileira. Que haja
corrupção pontual, sempre acontece, mas que seja sistêmica é inaceitável",
disse.
No mesmo
evento, Dodge afirmou que já na década de 1990 utilizava o recurso da delação
premiada, como o fez para debelar o esquema de Hildebrando Pascoal.
"Não
é uma coisa nova, é antiga", disse, para em seguida fazer duas observações
quanto aos acordos de colaboração: não abre mão que o delator repare o prejuízo
causado e exige "proporcionalidade" entre as provas entregues e os
benefícios dados.
Nos
bastidores, manifestou a colegas descontentamento com a condução da delação de
executivos da JBS, que motivou denúncia contra Temer e é criticada por ele.
Sobre o
processo de nomeação do procurador-geral –que ainda passará por uma sabatina no
Senado–, Dodge disse que é legítimo conversar com políticos. "O momento de
fazer esses contatos políticos é o momento em que se está na lista. Agora, o
limite da conversa é o da integridade e da ética, não o limite da troca. É o
limite de apresentar-se como alguém legitimado pelos seus colegas."
Como
coordenadora da Câmara Criminal, propôs medidas para aumentar a efetividade da
lei Maria da Penha, foi contrária à redução da maioridade penal e debateu o
sistema prisional e crimes ocorridos na ditadura sob enfoque dos diretos
humanos.
A
Associação Nacional dos Procuradores da República, que organiza a lista
tríplice, não comentou a indicação de Dodge. Procurado, o terceiro colocado,
Mario Bonsaglia, preferiu não se manifestar. Nicolao Dino, o mais votado, não
foi localizado.
Folha de S. Paulo
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: Nicolao Dino, que obteve o
apoio de Janot, atual Procurador-Geral, é irmão do governador comunista
do Maranhão, Flávio Dino, aquele mesmo que “fez a cabeça” do então presidente
da Câmara, Waldir Maranhão, para voltar atrás na autorização de processo contra
a ensacadora de vento, também conhecida por Dilmandioca, a presidente
emPACotada.
Faz parte do time à esquerda, que unido, procura manter os
privilégios obscenos à que estão acostumados. Quem lutar contra isso, é tratado
como inimigo.
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