segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Os diversos enfoques para a expressão Capitalismo Social (2)

Outra versão e definição para Capitalismo Social foi dada pelo Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus.
Ele criou o  banco Grameen, na Índia,  mentor do microcrédito destinado aos desfavorecidos de Bangladesh, pequenos tomadores, mas com juros baixos e sem fiador. Fiador no conceito que nossos bancos entendem, pois o empréstimo tem a garantia de pessoas ligadas ao tomador, garantia moral.
Também não vejo essa modalidade como um novo paradigma para o capitalismo selvagem, esse capitalismo que nos domina, pois salvo essa pequena quantidade de pessoas beneficiadas, e que poderão sim se tornar grandes empreendedores e aí passar à ser iguais os existentes, a grande maioria da população continua com rendimentos anuais abaixo da dignidade humana.

Como disse no artigo anterior (1), “Capitalismo Social é aumentar a renda de todos que trabalham, para que esses possam se integrar ao consumo de produtos decentes”.

Vence no capitalismo o empreendedor mais persistente e sagaz, mas infelizmente o dinheiro parece corromper as pessoas, pois quanto mais tem mais querem e aí começa a extorsão dos que trabalham para si.
Faço no entanto uma ressalva imprescindível. Se o empreendedor acaba se tornando inescrupuloso, inescrupulosos são, antes dele, os diversos governantes com quem se defronta no decorrer da sua vida profissional. Sendo os governos um fim em si mesmo, há uma verdadeira guerra entre os empreendedores e seus achacadores, historicamente incompetentes e despreparados para serem políticos. Basta ler a história de governos, e constatamos que a grande maioria não tem a mínima competência para bem administrar a coisa pública. São aventureiros que se lançam aos cargos públicos, escolhidos “à dedo” pelos partidos políticos, amparados pelos representantes máximos do capitalismo selvagem, e com intuito de enriquecer, se valem de todos  estratagemas válidos ou não para alcançar seus objetivos.

A história, pelo menos desde o início do Império Romano, 60 a.C., em nada mudou. Como sempre, à cada reforma exigida pela sociedade, mudam os nomes. A exploração do ser humano, desgraçadamente, continua a mesma.

A proposta marxista, errada em todos sentidos, tinha  à seu favor tão somente o fato de constatar a exploração do ser humano, fato que acontecia desde os primórdios da civilização, não sendo pois uma novidade do século19. Mas no que toca à solução proposta e depois imposta à revelia por Lenin na Rússia, não podia ser pior. Aliás, chega ser patética a bandeira por eles levantada à favor do proletariado, pois era a categoria de menor expressão, tanto na quantidade de pessoas como na soma dos valores agregados, ou, econômica. A categoria de maior expressão, dos camponeses, os que não aderiram, sob coação, foram assassinados friamente e “aliviados” dos seus bens.

Capitalismo Social é uma proposta que não partiu de remendos nos sistemas políticos em vigor, seja no Brasil ou em qualquer país e não apenas ocidental.
Propõe um novo paradigma para o ente governo, esse eterno explorador e enganador da população. Governos, todos, de todos países, hipocritamente,  estão sempre alardeando trabalhar em nome do povo. Até podem estar trabalhando em nome do povo, mas não para o povo, pois trabalham para si e para se manter no Poder.


Estas formas de governos, historicamente enganadoras, é que tem que ser mudadas, para então podermos denominá-las de Capitalismo Social. Capitalismo, meios de produção nas mãos da iniciativa privada – vede capítulo Empresas Sociais – e Social, definindo a justa distribuição dos resultados entre capital e trabalho.  


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