domingo, 29 de janeiro de 2017

O Xamanismo e o Poder da Palavra

O Poder da Palavra e do Som forma a base do verdadeiro xamanismo e da magia duma forma geral. Certamente que o uso de algumas drogas naturais ou danças frenéticas, como os Dervixes, estavam envolvidas. Mas o segredo fundamental estava no uso da palavra, da entoação de certos harmônicos, haja visto que, praticamente em todas as culturas, a simples pronúncia correta do nome do deus tutelar franqueava ao xamã todas as portas.

Essa particularidade, conhecer e entoar corretamente o nome dos deuses, foi ponto comum nas civilizações do Egito e do Tibet, quando a alma era levada em suas viagens siderais do post-mortem. Com esse poder, a alma conseguia abrir todas as portas e obter todos os favores divinos em sua jornada celestial.

E se por estas portas simbólicas entendemos níveis dimensionais, eis o segredo dos magos revelado, quando ABRACADABRA é mais do que uma simples fórmula de desaparecimento.
É uma senha secreta de planos paralelos.
Se diz que três são os principais canais de poder no ser humano:
1. o sexo
2. as mãos
3. a palavra
Os magos exerciam o poder máximo por estes canais.
Xamãs são magos. O templo deles é a Natureza nua, desvelada em seus segredos.

Isso nos recorda os poderosos Druidas e seus templos a céu aberto, diante das colunas de Carvalhos majestosos, círculos de cogumelos e fadas sob a luz do luar, seus megalitos alinhados com as estrelas e a dança dos gigantes de pedra, etc.

O xamanismo moderno definhou bastante, como definharam as culturas antigas na era da tecnologia e o notório decaimento das percepções humanas, e hoje na maioria dos casos, tudo se reduz a ritos que mesclam sacrifícios animais, beberagens e poções, e invocação de baixas entidades.
O real poder de concentração, o grande segredo da entoação dos harmônicos sagrados, estes que abriam portais de forma direta e conexões com o mundo invisível, isso está perdido.

A Palavra Perdida, o Idioma dos Anjos, o Alfabeto Dourado, tudo isso se perdeu aos pés da Torre de Babel e a confusão das línguas… certamente que as Inteligências divinas retiraram do homem os poderes que ele tinha, porque seu ego não mais permitiu que os possuísse. Porque seria irmão tentando controlar irmão. E se o homem já faz isso sem os seus poderes antigos, que dirá se os tivesse?

Sem contar os xamãs urbanos, que posam e se fantasiam de nativos sem jamais ter subido uma montanha ou convivido com os animais selvagens no seio da floresta virgem, aplicando suas teorias sem nunca terem tido um contato direto com as forças da Mãe-Natureza, a fonte do xamã puro.
Falo isso com base em contatos com alguns xamãs urbanos de fim de semana, estes que nunca entraram em comunhão com a natureza pura, nunca souberam o que é conversar com um rio, uma montanha, um céu estrelado.

Ficam estudando rituais e histórias antigas pela Internet, e depois abrem salas nos fins de semana para tirar alguns trocados.
Mas nem sangue nativo, nem hereditariedade ou ancestralidade ligada a terra e aos costumes silvícolas, nem prática de vivência natural, existem nos seus currículos.

Um modismo a mais em nosso tempo. Claro, voltado ao lucro, porque cobram bastante caro por suas “sessões”.
Mas há casos e casos. Raros eles são, mas existem sim xamãs eficientes em nosso tempo. Porém, não como os de antigamente, os verdadeiros magos da Palavra e da mente concentrada.
Xamã, em língua siberiana, significa “Aquele que enxerga no escuro”.
Interessante que há relatos de que, com o uso de certos harmônicos secretos e seus mantras, alguns conseguiam realmente iluminar espaços escuros, e outros, mais surpreendentemente, podiam levitar e mesmo desaparecer, entrando no hiperespaço da quarta dimensão. Paralelismo com os poderes dos iogues, dos monges tibetanos, dos druidas, dos magos da tradição oculta.

E todos estes elementos nos demonstram claramente que o cérebro é um tecido que, na presença de determinadas vibrações musicais, altera seu padrão de ondas mentais e dilata a capacidade sensorial.
Eles trabalham com a famosa respiração diafragmática, aquela que enche os pulmões mais na parte inferior e dá apoio aos tons mais graves, os cantores líricos desenvolvem estas técnicas, mas nem mesmo os Baixos mais capacitados fazem alguns monges-xamãs fazem com sua voz, que, pelo alcance da musculatura do diafragma, chega na laringe com notas muito graves, bem abaixo dos limites de tom do Baixo, em torno de 85 Hz, que é uma nota Fá grave.

Quanto mais grave a nota, mais rica em feixes harmônicos ela vibrará, e terá mais poder. Semelhante ao ronco do leão e do trovão, imagem comum em muitas simbologias que comparam-lhe a voz do espírito.
Treino, muito treino, além de técnicas especiais.
Cantam com a alma… e vêem a luz!
Fiat Lux!

Mas, em sua forma original, os xamãs conversavam com os deuses. Interessante notar o paralelo entre os xamãs indígenas da América antiga com aqueles mongóis, tibetanos e aborígenes, os próprios Druidas, entre outros.

Sem esquecer de mencionar o Hinduísmo que tem na ciência dos MANTRAS um dos pilares fundamentais de sua Yoga e ramificações.
Hoje em dia é muito raro encontrar um xamã puro, que sabe abrir todas as portas da natureza e invocar todos os espíritos e mestres dos animais com os recursos da voz. E interessante é notar que, entre tantos poderes a ele atribuídos, dizia-se que o grande Hermes manifestava toda a sua magia e medicina pelo poder das palavras.

A palavra, o som, combinado ás frequências harmônicas da natureza, tem mesmo essa propriedade, a de se conectar a todas as coisas, desde quando o xamã conhecia a frequência natural de cada elemento, animal, planta, homem e divindade. Então, ao reproduzir isso no cérebro e na garganta em forma de onda de comunicação, estabelecia o contato. A magia revelava então a sua ciência oculta. E o operador de tal ciência podia tudo. Não só curar como até produzir a ressurreição.

Bem, pelo menos, é onde nos leva a arquitetura secreta das pirâmides, feita para se tornar uma enorme câmara de ressonância das vibrações naturais da Terra e dos próprios sacerdotes, ali dentro, ritualizando com suas vozes e instrumentos, enquanto o corpo do discípulo candidato a faraó imortal era deitado numa cama de granito igualmente ressonante, materiais com frequências naturais antecipadamente conhecidas, e depois de três dias e três noites em uma espécie de catalepsia controlada, depois de ter viajado pelos mundos inferiores do Duat e ascendido aos planos superiores do Amenti, descia, renovado, renascido em termos de consciência, pronto para assumir o trono que lhe era de direito e assegurado pelos prognósticos dos sacerdotes e magos.

Esse fragmento de iniciação egípcia é paralelo ao que ocorrera a Jesus naquela tumba cavada na pedra… e quando as santas mulheres foram lá, na manhã de domingo, para preparar seu corpo com óleos e aromas, eis que haviam dois misteriosos anjos de branco, que tinham passado todo o tempo ali do sepultamento com ele, dentro da câmara de pedra, ao lado de Jesus morto, e realizado as mesmas invocações de poder da Palavra e do Nome Santo…e em três dias, após seu périplo pelas mesmas dimensões invisíveis, acorda Jesus na plenitude da consciência e da força imortal… e esses dois seres reluzentes foram interpretados como sendo os agentes do Espírito Santo, na presença dos quais Jesus ressuscitou.

O uso da palavra e do som é a grande ferramenta dos divinos e dos magos.
E esse paralelo existe em todas as culturas antigas, Pacal Votan, Quetzalcoatl, Osíris, Gilgamesh, etc… a lista é longa.

O próprio Moisés e Salomão bíblicos foram grandes magos. Toda aquela passagem do Cajado de Poder que se convertia em serpente, e do Nome secreto do Senhor, Adonai-IHVH, que era invocado no Templo, diante da Arca da Aliança, e as medidas reais do Templo, e os pantáculos, símbolos sagrados e os 72 gênios da Cabala, enfim, tudo isso é magia xamânica pura, certamente que ambientada segundo as tradições do Judaísmo antigo.
Mas todos eles têm o mesmo ponto em comum: o Uso da Palavra de Poder!
Essa é a pedra basilar de toda a Magia Real.

A Palavra é a primeira manifestação do espírito divino no homem, porque ela materializa a nossa consciência.
Daí sua sacralidade e seu caráter de poder criador.
O som veio antes da Luz.
E disse Deus (som, Verbo):
Faça-se a Luz, e a Luz se fez (Gênesis 1: 3)

O Xamã puro e legítimo conhece e canta na garganta as frequências musicais de todos os seres vivos na comunhão onde habitam, dos pássaros e dos peixes, das árvores e das flores, das criaturas mágicas e místicas, e também dos rios, das montanhas e das nuvens, do Sol, da Lua e das estrelas… sua magia, portanto, poderia se resumir a isto: o Xamã consegue interagir com essa sinfonia de sons e vida, e a resultante de sua magia está simplesmente em saber executar a RESSONÂNCIA com tudo o que vibra, pulsa e emite música e frequência, extraindo desse contato seu poder, sua luz, sua comunhão, seu mistério.

No final das contas, todo xamã autêntico é um sacerdote, um pontífice da natureza, um agente intermediário entre as forças do universo consciente e a humanidade inconsciente. O que difere entre um e outro, entre o xamã, o sacerdote e o mago, são as formas de operar os rituais e os templos onde eles acontecem: mas a função de canais intermediários entre o mundo visível e o mundo invisível é a mesma!

A essência da magia é esta, e sempre esteve bem escancarada no Evangelho de João:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
João 1:1-3
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos Filhos de Deus, aos que crêem no SEU NOME,
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Filho Unigênito do Pai, cheio de Graça e de Verdade.
João 1:12-14
Aqui, João atribui ao Verbo e, principalmente, ao NOME DE DEUS, um poder extraordinário, capaz de nos resgatar do estado mortal e nos converter em imortais Filhos de Deus.

A Ciência Moderna mais e mais se aproxima desse segredo do SOM na raiz de todas as coisas (Teoria das Supercordas).
Mas daí a possuir o Nome de Deus, é outra coisa bem diferente.
Não é questão de pesquisa científica e nem de tecnologia.
É questão de alma e merecimento do coração.
Não é a ciência e nem a tecnologia que nos transformará em Filhos de Deus.
E sim, a semente divina que temos dentro do peito, esperando pela nota certa de RESSONÂNCIA ATIVADORA!

O Embrião de Deus que trazemos no coração só pode despertar e crescer pela energia do Verbo, o que explica o apóstolo João:
“Nascidos não pelo poder do sangue, nem da carne, nem do homem, mas de Deus, isto é, do Nome de Deus!”

NOCOSMOS

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