sábado, 14 de janeiro de 2017

A PEC da “irresponsabilidade” fiscal

Carmen Leibovici

Na última PEC, da “responsabilidade fiscal”, está a *confissão* ,totalmente sintetizada, de como o camaleão opera para que o estado brasileiro seja o que é, em detrimento do resto do Brasil. E é lá também que se encontra a chave para o seu desmonte, se a sociedade brasileira assim quiser e tiver isso bem claro.

A confissão se encontra nas 4 ou 5 exceções da PEC, que não serão submetidas aos seus rigores.

A PEC blindou as estatais, que continuarão a receber repasses de dinheiro, sem economia ou entraves, e, provavelmente, longe dos olhos do público, pois, provavelmente, será vetada a divulgação desses repasses, como Temer acabou de fazer em relação as “subvenções e equalizações” a serem repassadas aos bancos públicos, na última LDO que acaba de ser promulgada: ele vetou sua publicação.

E, sabe-se muito bem, para o que tem servido as estatais no Brasil.
A PEC liberou o governo federal para repassar dinheiro para estados e municípios (para alegria de governadores e prefeitos), repasses esses que não estarão vinculados aos rigores da PEC.

A PEC liberou o governo para negociar livremente os juros das dívidas públicas com banqueiros, também sem transparência, ao que tudo indica.
E há mais uma ou duas exceções de que não me recordo neste momento.

E como a PEC não incluiu o funcionalismo público federal nas suas exceções - apenas o estadual e municipal, via repasses livres a estados e municípios -, Temer tratou de lhes dar o aumento na virada do ano de 2016, na calada da noite, antes que a PEC entrasse em vigor,de modo a não excluir parte do corpo do camaleão da proteção do corpo como um todo.

Resumindo: É cuidando dos “bancos”dos políticos -as estatais-; é cuidando dos “companheiros” governadores e prefeitos; é cuidando dos banqueiros privados com que negociam a dívida pública; é cuidando de agradar o funcionalismo público, que são os “pés” do camaleão, que o CORPO do camaleão, que corrói o Brasil, é sustentado.

A PEC cuidou dos “alicerces” - que não alicerçam, mas ruem - do Brasil que não presta, e do qual o atual presidente é porta voz e parte indivisível.

Assim é que eu vejo a situação. Se eu estiver errada, peço a quem ler que aponte os erros.


Comentário ao artigo “O Brasil só tem conserto por inteiro” no blog VESPEIRO, de 12 de janeiro de 2017.

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