sábado, 25 de julho de 2015

Sobre trocar o presidente do Banco Central

Otacílio M. Guimarães

Eu tenho lido o que Felipe Miranda (Empiricus) escreve e acho que ele está certo com  referência ao Brasil mas errado em relação ao resto do mundo. Ele prevê uma crise mundial catastrófica através do colapso dos bancos centrais do mundo. Pode ser que isto aconteça na União Europeia onde vigora um sistema político que sempre impediu o pleno desenvolvimento do continente europeu, que é a tal social democracia. Este sistema é um derivado do marxismo comunismo sem o totalitarismo, permitindo eleições livres para a composição dos governos nos diversos países da UE.

A grande falha desse sistema é considerar como coitadinhos todos aqueles que não conquistaram o sucesso em suas vidas e tentar suprir suas necessidades e desejos com a criação de diversos programas sociais financiados com o dinheiro de quem trabalha e produz. O máximo que este sistema consegue com grande êxito é aumentar dramaticamente o número de desocupados e onerar os gastos do governo, levando países a situações dramáticas como as enfrentadas hoje pela Espanha, Portugal e, em fase final de falência total, a Grécia.

O melhor programa de inclusão social e redução da pobreza é uma combinação de educação de qualidade para todos com a geração de empregos através do desenvolvimento econômico, e isto só é possível nos sistemas capitalistas democráticos. Fora disto é amarrar cachorro com linguiça. Ai está o grande segredo de países como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia e, na Europa, apenas Alemanha, Noruega e Dinamarca. Todos os paises da União Europeia sob o domínio da social democracia estão cambaleantes.

Como o Brasil nunca experimentou o capitalismo puro e a democracia verdadeira e se transformou em um imenso laboratório de experiências fracassadas, não precisa ser um grande economista para prever o que vai acontecer nos próximos anos. Eu não sou economista e previ tudo o que o Felipe Miranda está prevendo agora já em 2002 quando o Lula assumiu seu primeiro mandato. E olhe que o sistema implantado pelo PT no Brasil é infinitamente pior do que a social democracia, é uma cleptocracia combinada com oclocracia.

O grande problema da maioria dos economistas brasileiros é achar que tudo se resume à economia, ao monetarismo, sem enxergar que a economia é uma ferramenta da administração e, portanto, sua  auxiliar. Eu iria mais longe afirmando que a economia é o principal complemento da administração. Por isto, pecam quando fazem suas análises, sempre incompletas. O problema do Brasil não é apenas econômico, mas principalmente de gestões administrativas que sempre foram péssimas, nunca voltadas para o conjunto do desenvolvimento do país como um todo. Todas as vezes em que surge uma crise, o blá blá blá dos economistas se restringem às medidas monetaristas como aumento dos juros, câmbio, etc., sem se lembrar de que o problema maior está na falta de uma boa estrutura produtiva que envolva mão de obra qualificada, infraestrutura adequada e poupança interna suficiente para não depender de empréstimos externos.

O problema também está no gigantismo da máquina pública, no governo inchado, caro e ineficiente. Está também numa economia estatizada em seu sistema de produção energética, motor principal de toda a economia. Não é por acaso que os brasileiros sempre pagaram pelos derivados de petróleo e pela energia elétrica os preços mais altos do mundo.

Eu não vejo os economistas brasileiros  falando sobre a reestruturação do estado, o corte de despesas, o enxugamento da máquina pública, a abertura do mercado para o exterior, a inserção do país  em um bloco econômico importante e a assinatura de acordos comerciais com países que realmente tenham algo a oferecer. Além de estar amarrado ao Mercosul, a aliança dos falidos onde querem inserir mais países falidos da América do Sul, o Brasil nunca avança em negociações internacionais como a rodada de Doha e com a União Europeia, que já vão para mais de dez anos.  

De forma, meu caro Mr. Anthony, que não adianta subir os juros, desvalorizar o real, aumentar impostos e taxas, como o Joaquim Levy está fazendo, sem mexer no principal. Eu comparo a situação do Brasil atual a daquele paciente que está na UTI e ao invés dos médicos lhe aplicarem um antibiótico junto com um energético estão lhe aplicando um veneno que só servirá para abreviar a agonia. 

E se você tiver dinheiro sobrando, siga o conselho do Felipe Miranda, aplique tudo no exterior. Aqui na Australia eu lhe sugiro comprar imóveis.


Otacílio Miranda Guimarães é Cidadão Brasileiro residente na Austrália.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


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