terça-feira, 10 de outubro de 2017

Em clima de tensão, polícia reforça fronteiras, aeroportos e estações na Catalunha

Reuters

Prédio do Parlamento regional é cercado, onde autoridades catalãs se reúnem para avançar com independência

BARCELONA - A população da Espanha aguarda, em clima de tensão, a sessão que será realizada nesta tarde no Parlamento da Catalunha. O presidente regional, Carles Puigdemont, é esperado no local para formalizar junto aos legisladores a vitória do "Sim" no referendo separatista, de 1º de outubro. A partir daí, passam a valer as 48 horas para que a declaração de independência seja, então, anunciada. Fontes do governo espanhol informaram Polícia Nacional e da Guarda Civil foram reforçaram a vigilância nos "pontos estratégicos" — fronteiras, aerportos, estações de trem e ônibus — com mais agentes, especialmente de Barcelona.

Enquanto a espera para o discurso de Puigdemont no Parlamento catalão é tensa, a polícia fechou a entrada do público no Parque de la Ciutadella, famoso ponto turístico que cerca o edifício do Parlamento. Segundo um porta-voz dos Mossos d'Esquadra, polícia regional da Catalunha, o objetivo é prevenir situações de pressão sobre a atividade parlamentar.

A expectativa é que Puigdemont comece seu discurso às 18h (horário local, 13h de Brasília). O governo de Madri já pediu que a Catalunha "não faça nada de irreversível e volte à legalidade" e pressiona para que duas entidades independentistas tenham suas contas bloqueadas.

— Quero pedir ao senhor Puigdemont que não faça nada irreversível, que não siga nenhum caminho sem volta, que não realize nenhuma declaração unilateral de independência, que volte à legalidade — disse à imprensa o porta-voz do governo da Espanha, Íñigo Méndez de Vigo.

Ainda que o governo espanhol não tenha indicado como reagirá à decisão, o presidente do governo, Mariano Rajoy, já afirmou que todas as medidas possíveis serão usadas para impedir a separação da Catalunha, prezando pela unidade nacional. Madri já sinalizou que não pretende ficar de braços cruzados, ameaçando aplicar contramedidas para desmantelar o governo catalão e boicotar sua tentativa de independência.

Duas entidades pró-independência — e os seus líderes, Jordi Sànchez e Jordi Cuixart — estão na mira das autoridades numa investigação por sedição, crime que pode resultar em pena de 10 anos de prisão para cidadãos comuns e 15 anos para autoridades. A Guarda Civil da Espanha pediu nesta terça-feira à Justiça permissão para investigar e bloquear as contas da Assembleia Nacional Catalã (ANC) e a Òmnium Cultural.

O Globo


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