domingo, 12 de fevereiro de 2012

Não seria o caso então dos grevistas prenderem os governantes em nome do respeito à Constituição e pelo bem da segurança pública ?

Nosso atual contrato social, expresso na Constituição Federal,  prevê o direito à greve por melhores salários, mas não concede este direito aos policiais e militares. Certo. Então porque os “governantes” permitem que a categoria encarregada da segurança pública chegue à estes extremos de insatisfação ?

Os que mais desrespeitam a CF, sempre, os políticos e governantes, esses se acham no direito de prender aqueles que não podem fazer greve, nem mesmo quando há muitos anos o salário não alcança mais o final do mês. Não seria o caso então dos grevistas prenderem os governantes em nome do respeito à Constituição e pelo bem da segurança pública ?

Acontece que quando das campanhas eleitorais, este mesmo pessoal, políticos, todos eles, para se elegerem prometem regularizar essa situação, sabendo perfeitamente que não poderão cumprir, pois cobertas as despesas já contratadas e necessárias e mais as “novas despesas” , tais como:

1. “devolver” os financiamentos da campanha, com dinheiro público, via capitalismo de camaradagem,
2. garantir emprego para todos cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos da campanha encerrada,
3.manter os cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos dos “governantes” anteriores e que agora fazem parte da base aliada,
4. honrar o compromisso com os juros, condição para ter mídia e banqueiros à seu favor e disposição,
5. manter bilhões de reserva para custear viagens a passeio e viagens desnecessárias, para os integrantes dos três poderes, nos três níveis, municipal, estadual e federal;

isto posto, não sobrará dinheiro para cumprir este tipo de promessa, nem mesmo aumentando impostos ou criando novos, que em 1984 somavam 20% do PIB, em 1994  24% e que em 2010 chegaram à 38%.

Para escapar de uma solução democrática, que não sabem ou não querem discutir,  pois lhes cortaria as benesses que o Poder absoluto lhes confere, estão nos levando para a “solução” de Estado Absolutista, nos afastando mais ainda de uma República Democrática.

Um retrocesso, pois apenas evoluímos de uma Monarquia Absolutista para uma Monarquia Republicana (1889) e já querem nos impor um marxismo à meia-boca.
Marx pode ter acertado ao diagnosticar os problemas apresentados pelo liberalismo que ele rotulou de capitalismo, mas o remédio por ele receitado foi um fracasso maior do que o liberalismo então em voga.

E agora querem calar a sociedade nos impondo o modelo chinês, com um governo autoritário e a economia na mão do capitalismo selvagem. Se a China está se dando bem com isto, 1,4 bilhões de bocas para alimentar, não quer dizer que nós tenhamos que lhes copiar o modelo, quando nosso problema, numericamente falando, é de resolver apenas o problema de 50 milhões de pessoas. E o termo apenas pode ser empregado sim, pois se não está resolvido é porque o contrato social que nos abriga, venceu, apodreceu, fede.

Em nome de retirar da pobreza absoluta e da miséria milhões de brasileiros, a única “solução” pensada por nossos “governantes” e políticos, foi tirar de quem tem, mesmo que pouco, aposentados por exemplo, para dar  a quem não tem, nivelando todos por baixo. Os de fora da Corte, claro. Os da Corte continuam vivendo nababescamente com os impostos que nos extorquem e com a parte dos empréstimos que concedem para a criação de empresas fajutas com as quais estão implementando esse capitalismo de camaradagem. Não bastasse nivelar todos brasileiros por baixo, estão, despudoradamente, se concedendo o Estado para exploração, renovável à cada 15/20 anos, indefinidamente. Novo lance dos novos senhores feudais, na prova de que no Brasil as mudanças apenas atendem novas estratégias de marketing, para poder manter tudo como sempre.

Deveríamos estar discutindo um modelo que redistribuísse o resultado do trabalho, sem o qual não existe produção nem serviço, e que rapidamente nos alçaria à condição de país de primeiro mundo, em todos os sentidos e não apenas medido pelo PIB. Para isto, no entanto, em primeiríssimo lugar, teria que se partir de uma nova premissa, de um novo contrato social, condição esta que nem um político aceita, nem cogita. Então, o negócio é mandar prender quem se insurge por absoluta falta de condições de alcançar com seu salário o final do mês.

(Proposta de Capitalismo Social: clique em > 2011. Preâmbulo em 1 e 2, conteúdo de 3 à 12)

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