segunda-feira, 30 de abril de 2018

A ditadura na Academia

Editorial

 “O professor de Ciências Sociais Carlos Maurício Ardissone que ousa questionar a cartilha marxista-gramsciana predominante e se recusa a se comportar como um intelectual orgânico em sala de aula enfrenta duras penas: é tachado de reacionário por muitos colegas, torna-se alvo de risadinhas e fofocas na sala de professores e frequentemente é punido com a perda de disciplinas e prejudicado em bancas de seleção para muitas universidades públicas por não integrar nenhuma das panelinhas ideológico-partidário-sindicais que dominam os corpos docentes nessas instituições”, relatou o professor.

Se já é um absoluto contrassenso a existência desse tipo de perseguição dentro de uma universidade, que deve ser regida por um profundo espírito de liberdade, pluralismo e tolerância, pior é que esse abuso tenha se tornado coisa corrente. De tão comum, esse sequestro ideológico é visto como elemento natural de quase todas as instituições acadêmicas, especialmente as públicas. É um disparate que o dinheiro do contribuinte seja usado para sustentar violações à liberdade de pensamento e de expressão.

Junto a esse “ambiente repressivo (......) há uma incansável doutrinação dentro da sala de aula por parte de “muitos dos professores marxistas-gramscianos (...). Como estão convictos de que conhecem intimamente a fórmula para a redenção da humanidade e de que detêm o monopólio da virtude, naturalizam o processo de aliciamento ideológico que diariamente é realizado em grande parte das escolas e universidades do Brasil. Convocam alunos para passeatas e panfletagens de partidos, candidatos e sindicatos, sem a menor cerimônia. Pressionam-nos a se envolver e a apoiar agendas de movimentos sociais de esquerda, dentro e fora da sala de aula. Tudo sem jamais oferecer contraponto digno de nota e confiança, nos conteúdos que supostamente cumprem como profissionais de magistério”.

Essa doutrinação ideológica é um atentado à academia, que se vê despojada de sua mais profunda missão: a busca da verdade num ambiente de plena liberdade. Por óbvio, tal aparelhamento ideológico da universidade também gera efeitos muito além dos bancos acadêmicos. É todo um conjunto de ideias, quase sempre muito frágeis e irrealistas, que ganham ar de verdade incontestável. Neste sentido, como não ver a relação entre a crise política, econômica, social e moral que o País atravessa e os abusos ideológicos cometidos diariamente nas universidades? A academia tem um papel decisivo para o País. Urge resgatar sua dignidade, devolvendo a liberdade de pensamento e de expressão a professores, pesquisadores e alunos.”

Estadão 


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