domingo, 17 de novembro de 2019

Cotas raciais

Claudia Renata Mestieri

Maria, Pedro, Ana e José, são brasileiros natos, vindos ao mundo respectivamente em Porto Alegre ( Rio Grande do Sul), Salvador ( Bahia), Rio de Janeiro ( Rio de janeiro) e Manaus ( Amazonas).

Todos são descendentes de negros, mas pela alta miscigenação das populações brasileiras, tem também em seu sangue antepassados índios, europeus e asiáticos.

Maria é clara como os europeus, filha de lavradores gaúchos. Pedro é negro, filho de pescadores baianos. Ana, como boa carioca, tem um pouco de todos os povos, visíveis em sua pele bronzeada, seus cachos alourados, mas com os olhos puxados...Sua mãe é faxineira e trabalha duro também... José tem a pele clara dos portugueses, os cabelos lisos e escuros dos índios e descende da negra mais querida de Manaus: D. Luiza Quituteira.

Todos são pobres, filhos de trabalhadores brasileiros com as mesmas necessidades, projetos e sonhos. Todos querem ser médicos. Todos se qualificaram, mas há apenas uma vaga: POR QUE Maria, Ana e José, que são tão pobres quanto Pedro, tão afro-descendentes quanto Pedro, tão brasileiros quanto Pedro, terão que ceder seus sonhos para Pedro, exclusivamente pela maior quantidade de melanina que este tem em sua pele?

Não podemos retirar dos jovens brasileiros a sensação de igualdade, a noção de mérito e principalmente a certeza de que a cor da pele em nada traduz a essência do ser humano. E nem seus méritos...

Facebook – 14/NOV/13.

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