terça-feira, 18 de junho de 2019

Prefeito de Florianópolis e delegado da PF são presos, em ação contra operações vazadas

Redação

PF prendeu Gean Loureiro, delegado Fernando Caieron e ex-chefe da Casa Civil de Santa Catarina

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (18/06) a Operação Chabu, que prendeu o prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro (sem partido), na ação policial que visa desarticular organização que violava sigilo de operações policiais no Estado de Santa Catarina. Também foram presos nesta operação o delegado da Polícia Federal, Fernando Caieron, e Luciano Veloso Lima, ex-secretário da Casa Civil do Estado na gestão Eduardo Moreira (MDB).

Ex-filiado ao MDB, o prefeito de primeiro mandato se preparava para de uma cerimônia de inauguração de uma obra viária, quando foi preso e levado para a sede da Polícia Federal, onde se encontra, no bairro da Agronômica. Por meio de nota, o chefe de gabinete Bruno Oliveira informou que Loureiro “já concordou em prestar todas as informações necessárias”.
A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018. Segundo a Polícia Federal, foi apurado que a organização criminosa construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal lotados em órgãos de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.

Salas seguras para investigados
Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas, até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar “salas seguras” a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas.

Os elementos probatórios obtidos durante as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa. O processo corre em segredo de Justiça.

“Mais uma vez, ressaltamos que a repressão contra atos ilegais de servidores do órgão policial é extremamente sensível e é essencial para a manutenção da lisura e do compromisso que a Polícia Federal tem de servir à sociedade brasileira”, disse a PF por meio de sua assessoria de imprensa.
Foram cumpridos 30 mandados, sendo 23 de busca e apreensão e 07 de prisão temporária em Santa Catarina, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regiçao (TRF-4), em Porto Alegre (RS).

O nome Chabu significa dar problema, dar errado, falha no sistema; usado comumente em festas juninas quando falham fogos de artifício.

“Informações que temos é de que trata-se de uma operação que investiga policiais. Informações preliminares dão conta de que não há nenhum ato ou desvio de recursos públicos relacionados à prefeitura e de que a suposta relação entre o prefeito Gean Loureiro e os envolvidos não teria nenhuma ligação com eventuais atos”, disse o chefe de gabinete do prefeito de Florianópolis, em nota.

As defesas dos presos ainda não se manifestaram a respeito da operação.

Diário do Poder


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