quinta-feira, 22 de maio de 2014

Salários e greves


No setor privado, o que deveria ser um bem, o aumento do salário mínimo acima da inflação – felizmente -, tem se transformado num tormento.
Um trabalhador que tenha sido contratado com 3 SM/mês, 2, 3 anos depois estará recebendo menos, pois os reajustes são feitos a partir dos índices oficiais da inflação, e esta é regularmente adulterada, para menos. Problema antigo. Mestre Delfim Netto já era useiro desse roubo desde quando era o tzar da economia. Aliás, dada a total carência de nomes nas hostes sindicalistas, parece que o mesmo continua dando seus pitacos.

No setor público, o problema é outro, mais grave, porém não menos prejudicial aos trabalhadores concursados.
A Lei de Responsabilidade Fiscal – pelo menos isso – estipulou um teto, em percentual, até o qual nossos irresponsáveis “governantes” podem gastar nosso dinheiro, com as folhas de pagamento sob sua (ir)responsabilidade.
Acontece que este teto, já bastante alto se comparado com os percentuais da iniciativa privada que é quem paga a conta, é rapidamente alcançado pelo uso e abuso do empreguismo. Cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos, dobram o número de “funcionários” que seriam necessários para bem desempenhar suas tarefas. Mesmo assim, se faltar lugar para mais alguns apadrinhados, criam-se novas funções ou departamentos para “pendurá-los”.
Assim, a cada ano quando chega o momento de discutir reajustes, o problema é o mesmo. Quando muito, para não ultrapassar o teto estipulado por lei, felizmente, só sobra algum dinheiro se a Prefeitura aumentou os impostos e conseguiu aumentar a receita. Caso contrário, é aquela lenga-lenga de sempre. 

Em Capitalismo Social esse problema tem solução. Ele começa por um estudo das obrigações constitucionais das Prefeituras, p.ex., e determina com quantos funcionários concursados a mesma deve operar. Como em qualquer empresa que se preza. A partir daí, o crescimento deste número não se dá por empreguismo e sim por comprovada necessidade. E isto é fácil de fazer. Muito fácil. Desde que se queira resolver o problema do salário dos que efetivamente trabalham. 

Capitalismo Social não vê solução para os apadrinhados, à não ser procurar emprego, trabalhar e enfrentar a vida como todos os outros tem que fazer.

Voltando aos trabalhadores da iniciativa privada, mais especificamente, os das empresas de ônibus urbanos.
Tornem públicos os números e as propinas pagas para os políticos para manter as concessões e logo chegaremos à valores condizentes tanto para as passagens como para os salários. Não há mistério. Há apenas o conluio entre os burgueses da Corte e os eleitos, ambos se refestelando com o dinheiro público.

PS: nem uma categoria poderia receber aumento menor do que o percentual estipulado para a taxa SELIC, que é o espelho da verdadeira inflação. Desde D.Pedro II que os rentistas são beneficiados em relação aos empresários e os trabalhadores. Assim já prejudicavam o Irineu Evangelista de Souza, que acabou aceitando o afago de D.Pedro II, que o tornou “nobre”, Barão de Mauá.
A taxa SELIC não é aumentada para inibir a inflação. Ela é aumentada para acompanhar a inflação e remunerar o capital dos investidores em papéis públicos. O resto é papo furado.


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