sexta-feira, 23 de março de 2012

Estão nos fazendo de palhaço

por Martim Berto Fuchs

Nossa Monarquia Republicana está pronta para ser substituída. Aliás, já passou do ponto. Chega um momento que a situação não tem mais volta, não tem mais conserto e menos ainda remendos como estão querendo fazer.

1. Para segurar a inflação, acharam vantajoso comprar “balatinho” da China e hoje estamos num processo acelerado de desindustrialização e obviamente de crescimento pífio. Mas quando os investimentos cessam, em vez de estudarem políticas de governo condizentes com a situação em que nos encontramos, chamam os mega-empresários. Logo quem ! Esses são os primeiros a querer acabar com a concorrência e ficar sozinhos no mercado. Para que existem ministérios e Ministros ? Só para abastecer os fundos de seus partidos para as próximas eleições ?

2. Aposentadorias. Não satisfeitos em achatar as aposentadorias de 23 milhões de brasileiros até o salário mínimo, querem acabar de vez com elas, deixando à cargo de cada um cuidar da sua velhice. Sem contar que  esse governo dos “trabalhadores” quer entregar também este filé para os banqueiros. Os sindicatos foram todos transformados  em departamentos do governo, onde recebem sem trabalhar. São piores do que os antigos  pelegos.

3. Poder Judiciário & impunidade. Não é mentira não, mas estão propondo, uma vez que não conseguem acabar com a impunidade, que é melhor deixar como está e puní-los simbolicamente e depois tentar proibí-los de participar de decisões da vida pública. À esta fase de imoralidade chegamos.

4. Inflação. Novamente maquiada. Vestimenta, artigos de higiene pessoal, tudo aumentou mais de 30% nos dois últimos anos. Sabem quem é o assessor deste governo para assuntos econômicos ?  Aquele mesmo que já praticou esta farsa durante os governos militares, Sr. Delfim Netto. Aquele mesmo do relatório Saraiva quando embaixador na França nos governos militares. Aquele que tinha o apelido de embaixador 10%. Bem, sejamos honestos, hoje em dia ninguém mais aceita uma embaixada ou um Ministério por esses “míseros” 10%.

5. Gastos públicos. Perderam o rumo e o prumo. Se adonaram descaradamente do bônus e nos impuseram o ônus. Enquanto bons empregos se tornam artigo de luxo, na Corte, mais precisamente no Senado, essa inutilidade, onde se paga 8 mil por mês para ascensorista, 13 mil por mês para motorista/mordomo de madame, e não obstante ter em seus quadros 13.000 pessoas, abre-se concurso fraudulento para encostar legalmente na folha de pagamento mais 426 agraciados com salários de 21 mil por mês. 
Estão subornando a sociedade brasileira com essas propostas vergonhosas. Corrompem as pessoas, que passam a se preocupar apenas em fazer concurso público para ter um emprego estável, salário fora da realidade e que passam automaticamente a defender esse status quo. Produzir ? Nem sabem nem interessa.

6. Direitos humanos. Este é o governo do terceiro grupo a entrar para o fausto da Corte, os sindicalistas, auto-denominados representantes dos pobres e dos trabalhadores. Um festival de propostas abstratas e contrárias a maioria da sociedade, pensadas por quem se diz preocupado com “direitos humanos”. Enquanto enriquecem às custas dos cofres públicos e seus associados da iniciativa privada, enchem a cabeça da população com demagogia e rebaixam todos os que realmente trabalham ao nível do salário mínimo.

Nossa Monarquia Republicana acabou, está morta, fede. As três classes sociais da Corte e que nos exploram impiedosamente, quais sejam, as velhas oligarquias, os mesmos burgueses de sempre – “empresários” com dinheiro público - e agora os sindicalistas, os novos ricos, precisam ser defenestrados urgentemente.

Está mais do que na hora de proclamar a República Democrática do Brasil. Aliás, está passando da hora e isto não é apenas retórica, pois estão nos levando para o buraco que se alarga à cada dia e que vem se tornando maior do que o Brasil.

http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2011/12/2-novo-contrato-social.html

5 comentários:

Juan Koffler disse...

Parabéns por suas lúcidas análises no artigo supra-referido. Concordo plenamente com seus posicionamentos que compartilho integralmente em gênero, número e grau. Esse governo que aí está, desde o que optei por cognominar de "advento da era lulo-petista", é responsável pelos maiores escândalos de que já se teve notícia em terras tupiniquins e, pelo visto, tende a se perpetuar em função de estar a atender "gregos e troianos": as massas ignaras, aliciadas com toda sorte de esmolas e benesses baratas; as instituições financeiras e seguradoras, com as políticas populistas e consumistas espurcas, que geram lucros extraordinários a essas organizações; as empresas (ou melhor, certos setores empresariais, a exemplo das grandes corporações construtoras) e seus contratos bilionários no exterior com os quais Lula as agraciou; etc.
Agora, em um ponto me permito - concessa venia - discordar de você: todos sabemos que o Sr. Delfim Neto não é flor que se cheire, mas isto não o faz credor de qualquer vinculação pejorativa com os governos militares. Estes é que endireitaram nosso País, o recoloram nos eixos, o trouxeram ao equilíbrio nacional, mesmo que a custo de um governo de exceção - que se fazia mas que obrigatório, fundamental e decisivo para evitar que nos tornássemos uma republiqueta-satélite da ex-URSS, a exemplo de Cuba. A famigerada "Comissão da (meia) Verdade", como a rebatizei a bem da verdade e da razão, é cria desses corruptos, medíocres e arruazeiros indivíduos que hoje se lambuzam no poder central e que, nos idos de 64, compunham os vários grupelhos ditos "revolucionários"(sic) que, na prática, nada mais eram do que grotescas e despersonalizadas marionetes a serviço do marxismo-leninismo russo-cubano. Sob outro ângulo, pode-se falar o que se quiser sobre Delfim Neto, menos questionar sua capacidade e intelectualidade acadêmica, indiscutível e assaz superior ao de indivíduos medíocres, a exemplo do Ministro da Fazenda em exercício, Guido Mantega. Aliás, nessa trupe que hoje comanda não se salva sequer um dos seus componentes, seja no cargo ou função que for.
De resto, assino embaixo.
Forte abraço.
Juan Koffler

Admin disse...

Obrigado pela análise do artigo. Concordamos em tudo, até quanto ao Dr. Delfim, homem culto e profundo conhecedor de economia. Sem dúvida, no atual governo não tem ninguém que se aproxime dele em capacidade e entendimento.
Minhas restrições se devem à maquiagem da inflação que ele praticou e que prejudicou o Brasil mais do que se tivesse exposto a realidade e trabalhado os fundamentos para consertar o que não ia bem. Esta situação começa se repetir e dado o conhecimento que vimos acumulando, sabemos que é um mau indício. Tudo indica que novamente não vão atacar as causas, mas novamente modelar os efeitos. E como nesse desgoverno que temos não há ninguém com conhecimento de causa, acabam apelando novamente para ele, que, diga-se de passagem, não deve ter sido um bom professor, pois não preparou ninguém para substituí-lo.
Embaixada do Brasil na França. Tive ocasião de ler na época o relatório Saraiva. Tiveram que descredenciá-lo e arrumar um Ministério para ele na volta e para meu desespêro, pois trabalhava como Diretor em indústria do ramo agrícola, o nomearam Ministro da Agricultura. O Jô Soares que brincava com ele no programa Viva o Gordo.
Não acredito mais no nosso sistema político e não é de agora.
Um abraço.
Martim

JKoffler disse...

Primeiramente, obrigado por responder. Fico feliz em saber que pessoas inteligentes e "antenadas", como você, comungam dos meus raciocínios. Aliás, ao que parece, somos poucos os que convergimos para pontos comuns em relação ao nosso castigado País, infelizmente.Agora, sabe o que mais me preocupa? O fato de que, nada obstante as crescentes expressões de revolta contra essa marginalia composta por políticos em sentido lato (quiçá com ressalvo de raríssimas exceções), associada ao imenso poder que é a Web, não saímos do lugar em quanto aos nossos desideratos. Gastamos quilômetros de linhas escritas (pesadamente redigidas em termos acusativos fundamentados), extravasamos nossa ingente revolta, recebemos aplausos até de pessoas desconhecidas por esse Brasil afora, mas continuamos estagnados no patamar do mero e singelo reclamo. A impressão que isto me dá é de impotência total, algo que me revolta ainda mais. E enquanto isso, esses aloprados políticos continuam a fazer das suas, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, em estrito sentido dessa emblemática e histórica frase.Questiono: por que pessoas como você, eu e milhares de outras que possuem blogs, sites etc., que partilham as redes sociais mais reconhecidas, não se unem e formam uma ampla e substantiva frente de combate à corrupção, à política profissional, aos desmandos e assaltos às burras públicas? O que nos falta para chegar a esse consenso universalizado em termos pátrios? O que nos impede de, mesmo não nos conhecendo pessoalmente, mas interagindo virtualmente e comungando dos mesmos pensamentos e sentimentos de revolta, formarmos dita frente e, de maneira organizada e ética, atuarmos em defesa da nossa sociedade nacional? Garanto que se assim agíssemos, teríamos uma crescente e eclética adesão ao movimento, a ponto de, em pouco tempo, conquistarmos força suficiente para nos manifestarmos oficial e legalmente, pressionando as classes políticas a se manifestar e os meios de comunicação mediática a nos apoiar.
Forte abraço e ótimo domingo!JKoffler

Admin disse...

“Questiono: por que pessoas como você, eu e milhares de outras que possuem blogs, sites etc., que partilham as redes sociais mais reconhecidas, não se unem e formam uma ampla e substantiva frente de combate à corrupção, à política profissional, aos desmandos e assaltos às burras públicas? O que nos falta para chegar a esse consenso universalizado em termos pátrios? O que nos impede de, mesmo não nos conhecendo pessoalmente, mas interagindo virtualmente e comungando dos mesmos pensamentos e sentimentos de revolta, formarmos dita frente e, de maneira organizada e ética, atuarmos em defesa da nossa sociedade nacional?”

Boa tarde Juan.
Temos na internet um site que expõem estratégias, planejamento, mas sem proposta, (http://podercidadao.blogspot.com) para se alcançar um objetivo comum, assim como você coloca a questão.
Tenho para mim e é isto que defendo, que temos que partir de uma proposta básica e esta não pode ser um remendo no que aí está. A grande maioria, sem se dar conta, está apontando efeitos, e soluções à partir deles. Apontar efeitos está certo, desde que seja para se chegar as causas, caso contrário continuaremos a chover no molhado.
Na Tribuna da Internet, onde comento há alguns anos, observo este detalhe. Há comentaristas de todos os matizes, sempre sugerindo mudanças, mas sempre mostrando os efeitos, sem aceitar que mudanças tem que atacar as causas, do contrário nada vai mudar. Mudar para não mudar é a especialidade dos políticos. Por exemplo: sugerem Leis que os partidos políticos deveriam debater e colocar em votação. Para estes digo sempre o seguinte: se os donos dos partidos quisessem realmente mudar, essas propostas já estariam em discussão há muito tempo. E por que não estão ? Porque eles não querem. Ponto final. E não adianta a sociedade berrar e espernear, pois são eles que mandam. Dois ou três personagens mandam no país através dos partidos políticos. NADA mudará se eles não quiserem, não esquecendo que eles já estão milionários, vida ganha.
Portanto, se continuarmos com este tipo de abordagem, daqui 5 anos estaremos discutindo a mesma coisa sem nada ter mudado, salvo para pior.
Se quisermos unir esforços, como você conclama, teremos que batalhar em cima de uma proposta básica e esta inicia com a extinção dos partidos políticos, organizações criminosas legalmente autorizadas a funcionar. Máfias. Todos eles.
Saudações.
Martim.

Anônimo disse...

Não tenho nenhum MAPA em minhas mãos, mas algo me parece público e notório: o desperdício de recursos – pessoas, dinheiro, materiais, tempo, motivação, etc. Ações desencontradas, sobreposições desarticuladas, ninguém se entende. Governos, ONGs, empresas, institutos e instituições. O que temos visto através da telinha dos nossos olhos? As mesmas notícias de sempre.
O que nos vem à mente? O bom e velho diagnóstico.
Qual seja: ausência de coordenação – sensata e inteligente - em torno de uma Meta Geral, de um projeto de interesse nacional - feito SOL. Com seus raios permeando as Forças Armada, os Poderes, a legislação – o corpo social. Isso deve parecer ridículo para alguns... O fato é: existe um plano em ação. A quem ele interessa primordialmente, não sei. De uma coisa não duvido, já estamos gravitando em torno das novas “miçangas e espelhinhos”. Estamos nas mãos dos que REALMENTE DECIDEM. Que sejam iluminados, a bem de todos – sobretudo das CRIANÇAS.
Abraço de marujo