quarta-feira, 20 de março de 2019

“STF” x sociedade

Martim Berto Fuchs

Querendo se antecipar ao projeto do Ministro da Justiça Sérgio Moro, que prevê penas mais rigorosas para os crimes de caixa 2, e com isto anular sua eficácia, alguns supremos togados - os mesmos de sempre - Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Lewandowski, Celso de Mello e Marco Aurélio, agora acrescidos de Alexandre de Moraes, encarregado de salvar seu padrinho Temer, o próximo da lista, deram um tiro no pé no dia 14 p.p.

Primeiro, para garantir que não fossem acidamente criticados, o Presidente do STF, Dias Toffoli, baixou uma portaria, sem limites objetivos ou subjetivos, para amordaçar os críticos, o que em bom português chama-se ditadura.

Segundo, se antecipando ao projeto do Ministério da Justiça contra o caixa 2, mais severo, transferiram esses processos que até então estavam à cargo dos juízes federais de 1ª instância, concursados, para o âmbito do TSE, onde quem o preside é um dos supremos togados, e os outros são juízes emprestados da Justiça Comum, todos juízes por indicação política, com mandato de apenas 2 anos no TSE.

Ou seja, é a tentativa suprema de acabar com a Lava Jato. Na Itália conseguiram acabar com a operação Mãos Limpas, assassinando juízes e promotores. Aqui não ousaram chegar a tanto, mas tentam, desde o início da Lava Jato, acabar com ela, pois afeta diretamente a estrutura de poder, podre e carcomida, que sustenta o Brasil das oligarquias e das elites corruptas, que sempre viveram, mandaram e enriqueceram as custas dos cofres públicos.

O tiro dos 6 supremos togados saiu pela culatra, pois desencadeou a Lava Toga, e assim como a primeira, também esta ninguém mais segura, nem com portarias autoritárias, que apenas demonstram o desespero à que chegaram.

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