terça-feira, 2 de julho de 2013

Por um novo Contrato Social


Capitalismo Social investe em primeiro lugar em impedir definitivamente a prerrogativa dos poderosos de plantão de legislarem em causa própria.

Essa é uma regra que vem desde a formação dos poderosos clãs onde com o decorrer do tempo os chefes se proclamaram Reis.

Por mais que lhe alterem os nomes (Rei para Presidente) para disfarçar o comando autoritário, os sistemas políticos, mesmo os considerados modernos, permitem a manipulação do Poder para manter a continuidade do status. O mundo está cheio de exemplos, onde se utiliza a mídia para emplacar campanhas publicitárias bem promovidas e que iludem o cidadão comum, mais preocupado com a sobrevivência do que em analisar os expedientes rasteiros utilizados pelos que se apropriaram do Estado em benefício particular e de grupos.

Ao propor um novo conceito para os Três Poderes, retirando do novo Poder  Parlecutivo (Parlamento + Executivo) a prerrogativa de alterar a Constituição, outorgando essa autoridade para o Poder Constituinte eleito à cada 5 anos, e, sem a atuação das organizações criminosas também conhecidas como partidos políticos, concede-se pela primeira vez na história do mundo moderno, contemporâneo, a autoridade de se auto-regular à sociedade. 

Retira-se dos “salvadores da pátria”, Getúlios, Jânios, Collors, Lullas, o poder de manipular o povão em defesa de sistemas políticos impostos à socapa e na maior parte das vezes, retrógados.

Capitalismo Social investe em segundo lugar na desconstrução da teoria de que para a democracia funcionar à contento, é necessário manter a dualidade, tal como a disputa entre esquerda x direita.

Essa dualidade, capitalismo x socialismo, liberalismo x trabalhismo, sindicatos patronais x sindicatos dos trabalhadores, negros x brancos, vem mantendo a sociedade em cheque e exigindo maiorias compradas para aprovar matérias de interesse público, que deixam de ser públicos (maioria), para se tornarem partidários (menores).

Neste enfoque estão as cotas para negros. Se a moda pega, logo haverá necessidade de cotas para brancos e cotas para amarelos, dividindo a sociedade em categorias estanques.

Essa dualidade vem mantendo a luta de classes, oficializada com os primeiros partidos políticos registrados, tory (aristocratas) e whigs(liberais), um para abrigar os nobres e outro os comuns, na Inglaterra do século 17.

Capitalismo Social tem para si, se levarmos em conta os dados apresentados pelo geneticista italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza, em seu livro “Genes, Povos e Linguas”, que temos que ter um denominador comum para a sociedade e parar de classificar o ser humano em segmentos estereotipados. Como o dinheiro recolhido aos cofres públicos através de impostos se torna insuficiente em função do seu desperdício, para usar um termo brando, os “governantes” segmentam a população e atendem apenas uma parcela, esquecendo que seu compromisso é coletivo; quando atendem, pois na maior parte das vezes atende apenas publicitariamente.

Volto afirmar que se já fossemos uma República Democrática, ancorados num regime de Capitalismo Social dentro de um novo Contrato Social, teríamos disponível para investimentos pelo menos 300 bilhões por ano, mesmo honrando o pagamento dos juros devidos pela dívida externa e parte do principal, fato que hoje não se dá, além de não aplicarmos mais de 50 bilhões por ano dos 1.500 bilhões recolhidos pelo “governantes”.

O único cuidado teria que ser com a inflação, pois quando a parte pobre da sociedade dispor de condições para viver com simplicidade mas com dignidade, a produção de bens de consumo e duráveis, teria que ser significativamente aumentada, sob pena dos preços dos produtos disparem. Aí entra o superávit da balança comercial para a importação dos produtos faltantes, impedindo a utilização exagerada da lei de oferta e procura, lei que não pode ser suprimida por medida provisória, por mais que alguns “teóricos” e “políticos” a defendam.


 

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